Destruição de Nimrud pelo EI é crime de guerra, diz Unesco

Vestígios da cidade de Nimrud foi o berço da civilização assíria e seu tesouro é considerado uma das maiores descobertas arqueológicas do século XX

6 mar 2015 - 11h51
(atualizado às 16h14)
Iraquiana passa por mural assírio em museu de Bagdá retirado da cidade de Nimrud, em foto de arquivo. 03/07/2003
Iraquiana passa por mural assírio em museu de Bagdá retirado da cidade de Nimrud, em foto de arquivo. 03/07/2003
Foto: Radu Sigheti / Reuters

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) definiu como "crime de guerra" a destruição da antiga capital assíria Nimrud, no Iraque, por extremistas do grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis).

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Em um comunicado, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, fez um "apelo a todos os responsáveis políticos e religiosos da região para que detenham essa barbárie", que constitui "um crime de guerra".

Combatentes do EI saquearam e devastaram a antiga cidade assíria de Nimrud no mais recente ataque contra sítios arqueológicos e culturais do mundo

Os vestígios da cidade de Nimrud foi o berço da civilização assíria e seu tesouro é considerado uma das maiores descobertas arqueológicas do século XX.

Estado Islâmico destrói dezenas de peças de museu iraquiano
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A cidade está situada às margens do rio Tigre, 30 km a sudeste de Mossul, e foi fundada no século XIII antes de nossa era.

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"Nimrud era a capital da Assíria na nova época desta civilização", recorda Abdulamir Hamdani, um arqueologista da universidade Stony Brook de Nova York.

O nome desta cidade, que está na lista indicativa do patrimônio mundial da Unesco, é o último nome árabe de um assentamento que primeiro se chamou Kalhu.

Os vestígios foram descritos em 1820 e foram saqueados por exploradores ocidentais durante décadas. Também ficaram danificados durante a invasão do Iraque em 2003 por parte dos Estados Unidos.

Desvendando o Estado Islâmico

As autoridades iraquianas ainda não puderam avaliar os danos provocados pelos jihadistas, que na quinta-feira passada destruíram parte das antigas ruínas.

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As peças mais valiosas encontradas em Nimrud estão há tempos em museus de Mossul, Bagdá e Paris, mas as estátuas gigantes chamadas "lamassu", que representam touros alados com cabeças humanas, seguem no local.

A destruição foi divulgada uma semana após a publicação de um vídeo no qual jihadistas do EI apareciam destruindo estátuas em um museu de Mossul, muitas delas procedentes de Nimrud.

"É realmente um lugar muito importante na história da Mesopotâmia", disse Hamdani, lembrando que "muitos dos grandes tesouros artísticos" são provenientes dali.

O chamado "tesouro de Nimrud", descoberto em 1988, é uma coleção de 613 objetos, incluindo pedras, joias de ouro e vários ornamentos que alguns arqueólogos descreveram como a descoberta mais importante desde a tumba de Tutankamón, em 1923.

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O tesouro, de 2.800 anos, do momento do esplendor do império assírio, foi exposto brevemente no museu nacional de Bagdá antes que o Iraque invadisse o Kuwait, em 1991.

Depois foi escondido e seu paradeiro permaneceu desconhecido até 2003, quando as tropas dos Estados Unidos depuseram o regime de Saddam Hussein e o encontraram entre as ruínas de um edifício do banco central.

Com informações da AFP e da ANSA Brasil.

Fonte: Terra
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