"Dia da Fúria" por Jerusalém mata 2 e deixa dezenas feridos

8 dez 2017 - 17h04
(atualizado às 18h51)
Palestinos protestam durante confrontos com tropas israelenses em Gaza
 8/12/2017    REUTERS/Mohammed Salem
Palestinos protestam durante confrontos com tropas israelenses em Gaza 8/12/2017 REUTERS/Mohammed Salem
Foto: Reuters

Milhares de palestinos protestaram, dezenas ficaram feridos e ao menos dois morreram nos confrontos com tropas israelenses no "Dia da Fúria" contra o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel.

Nos mundos árabe e muçulmano, outros milhares de manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, expressando solidariedade com os palestinos e revolta por Trump ter revertido uma tradição de décadas da política externa norte-americana. Soldados israelenses mataram um palestino a tiros perto da fronteira de Gaza, a primeira morte confirmada em dois dias de tumultos.

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Mais tarde, o Ministério da Saúde local afirmou à agência palestina Maan a morte de outro palestino, de 54 anos, identificado como Maher Atalla. Ele morreu após um ação militar israelense ser realizada na Faixa de Gaza.

O Exército do Estado judeu disse que centenas de palestinos estavam rolando pneus em chamas e atirando pedras nos soldados através da fronteira.

"Durante os tumultos, soldados das IDF (Forças de Defesa de Israel) dispararam seletivamente contra dois dos principais instigadores, e ferimentos foram confirmados", disse.    Mais de 80 palestinos foram feridos na Cisjordânia ocupada e em Gaza devido a disparos de munição letal e de balas de borracha dos israelenses, de acordo com o serviço de ambulâncias do Crescente Vermelho palestino. Dezenas mais passaram mal devido à inalação de gás lacrimogêneo. Na quinta-feira 31 pessoas já haviam ficado feridas.

À medida que as orações de sexta-feira terminavam na mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém, fiéis seguiram para os muros da Cidade Velha bradando "Jerusalém é nossa, Jerusalém é nossa capital" e "Não precisamos de palavras vazias, precisamos de pedras e Kalashnikovs". Houve choques entre manifestantes e policiais.

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Em Hebron, Belém e Nablus, dúzias de palestinos atiraram pedras em soldados israelenses, que reagiram disparando gás lacrimogêneo. Em Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, os clamores para os fiéis protestarem foram proclamados nos alto-falantes de mesquitas. O Hamas pediu um novo levante palestino como as intifadas de 1987-1993 e 2000-2005, que juntas resultaram nas mortes de milhares de palestinos e mais de mil israelenses.   

"Quem quer que transfira sua embaixada para Jerusalém ocupada se tornará inimigo dos palestinos e um alvo de facções palestinas", disse o líder do Hamas, Fathy Hammad, enquanto manifestantes queimavam pôsteres de Trump em Gaza. "Declaramos uma intifada até a libertação de Jerusalém e de toda a Palestina". A maioria dos países considera Jerusalém Oriental, que Israel capturou na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexou, um território ocupado, que inclui a Cidade Velha, sede de santuários judeus, muçulmanos e cristãos.

Com informações da ANSA.

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