"Diferenças continuam significativas", diz Obama sobre Irã

Grandes potências mundiais se reuniram com o Irã neste domingo para tentar fechar acordo sobre a questão nuclear

23 nov 2014 - 17h06
(atualizado às 17h07)
<p>Presidente dos EUA, Barack Obama</p>
Presidente dos EUA, Barack Obama
Foto: Jim Bourg / Reuters

O presidente norte-americano, Barack Obama, reconheceu, em declarações à emissora ABC News, que ainda há "diferenças significativas" com o Irã em relação ao programa nuclear, mas considerou que o acordo provisório com Teerã foi um sucesso.

"Bom, agora, a pergunta é se podemos alcançar um acordo permanente. E as diferenças ainda continuam sendo significativas", avaliou Obama na entrevista gravada na última sexta-feira e divulgada neste domingo, antes da intensificação das discussões em Viena. O presidente declarou ainda que Teerã "está isolado".

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Neste domingo, o Irã e as grandes potências mundiais fazem uma maratona diplomática a menos de 36 horas da data-limite para se chegar a um acordo final e completo sobre o tema. Funcionários das partes envolvidas relataram que foram suspensas todas as pausas nas discussões em Viena.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apareceu mais uma vez na imprensa norte-americana para alertar contra um "mau acordo" nuclear com o Irã, alegando que seria um "erro histórico".

"É importante que não se firme um acordo ruim", declarou Benjamin Netanyahu à rede ABC. "Um acordo ruim permitirá ao Irã manter milhares de centrífugas e, assim, enriquecer o urânio necessário para uma bomba nuclear", insistiu.

"Acredito que os iranianos estejam longe de aceitar isso", afirmou. "Se, por uma razão ou outra, os Estados Unidos e as outras potências aceitarem deixar o Irã com a capacidade de produzir em curto prazo (uma arma nuclear), será um erro histórico", alertou. "Estamos fazendo todo o possível para influir nas pessoas e estimulá-las a não assinar um acordo ruim", frisou.

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O premiê israelense acusou os iranianos "de terem utilizado o acordo interino para desenvolver outros elementos de seu programa nuclear". "É verdade que não aumentaram o enriquecimento para 20%, ou mais, mas fizeram outras coisas que nós desconhecemos", acusou. "Em vez de um acordo ruim, eu preferia continuar com o regime de sanções, até mesmo reforçá-lo, para obrigar o Irã a fazer as concessões necessárias para garantir que não tenha a capacidade de produzir uma arma nuclear", completou Netanyahu.

Depois de cinco dias de intensas negociações em Viena, todas as partes reconheciam neste domingo a continuidade de "divergências importantes" entre o chamado grupo "P5+1" (formado por China, Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha) e o Irã, na busca por um acordo definitivo sobre o tema.

O objetivo do acordo é pôr fim aos temores das potências mundiais de que Teerã tenha condições de produzir armas nucleares. A República Islâmica nega que esteja tentando fabricar armas atômicas e insiste em que seu programa é de uso exclusivamente civil.

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