Os iraquianos desafiam nesta quarta-feira a violência para participar nas primeiras eleições legislativas desde a saída das tropas dos Estados Unidos, com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki convencido de sua vitória.
As eleições acontecem em meio a um imponente dispositivo de segurança, mas que não conseguiu impedir a morte de duas mulheres em um atentado com carro-bomba perto de um local de votação em Kirkuk, norte do país.
Vários obuses foram disparados contra outros dois locais de votação em Bagdá, mas sem provocar vítimas.
Desde o início da votação, às 7h (1h de Brasília), longas filas são observadas. Os eleitores devem votar até 18h (12h de Brasília).
Quase 20 milhões de iraquianos estão convocados a comparecer as urnas para eleger 328 deputados entre 9 mil candidatos.
Estas são as primeiras eleições celebradas no Iraque desde a saída das tropas dos Estados Unidos em 2011.
Maliki, que aspira o terceiro mandato de primeiro-ministro, votou no início da manhã em um hotel na "zona verde" de Bagdá, uma área com grande sistema de segurança que abriga, entre outros, o Parlamento iraquiano e a embaixada americana.
"Estou seguro da vitória. A questão é saber o tamanho da vitória", declarou Maliki, que estimulou a participação nas primeiras eleições "sem soldados americanos em território iraquiano".
À frente do governo desde 2006, Maliki é o grande favorito, apesar das críticas e da violência, que provoca a média de 25 mortes por dia.
Em seu primeiro mandato, entre 2006 e 2010, conseguiu diminuir a violência, mas o segundo período de governo foi marcado pelo aumento incessante da violência.
Além disso, os iraquianos sofrem com o desemprego, a corrupção e o péssimo funcionamento dos serviços públicos.
As tensões entre xiitas e sunitas são profundas no Iraque e se tornaram um argumento político, utilizado pelo primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki e pelos jihadistas sunitas.
A espiral de violência colocou a questão da segurança no centro dos debates, razão pela qual Maliki e seu partido, a Aliança para o Estado de Direito, basearam a campanha na necessidade de união em apoio ao governo para acabar com o banho de sangue.