Em meio a guerra, Papa pedirá tolerância em visita à Turquia

Francisco disse que, embora seja “quase impossível” ter um diálogo com o Estado Islâmico, a porta não deve ser fechada

28 nov 2014 - 09h20
(atualizado às 10h06)
<p>Mulher reza perto de cartaz com fotos do Papa Francisco e do patricarca Bartolomeu em igreja católica no centro de Istambul</p>
Mulher reza perto de cartaz com fotos do Papa Francisco e do patricarca Bartolomeu em igreja católica no centro de Istambul
Foto: Murad Sezer / Reuters

O Papa Francisco inicia uma vista de três dias à Turquia nesta sexta-feira com a delicada missão de fortalecer os laços com líderes muçulmanos e ao mesmo tempo condenar a violência contra cristãos e outros minorias no Oriente Médio. 

A viagem acontece após insurgentes do Estado Islâmico terem capturado partes do território do Iraque e da Síria perto da fronteira da Turquia, declarando um califado islâmico e matando e expulsando muçulmanos xiitas, cristãos e outros fiéis que não compartilham a crença no Islã sunita radical pregado pelo grupo.

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Autoridades disseram que a tolerância religiosa e o combate ao extremismo estariam no topo da agenda do Papa em Ancara nesta sexta-feira, quando ele se reunirá com o presidente turco, Tayyip Erdogan, e com Mehmet Gormez, principal clérigo do país de maioria muçulmana, mas constitucionalmente secular. 

A televisão estatal turca já exibiu imagens da chegada do pontífice ao aeroporto, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Mehmet Cavusoglu.

A Turquia abriga cerca de 2 milhões de refugiados da Síria. Para alguns dos milhares de cristãos entre eles, isso representa o caminho reverso da luta de seus ancestrais há um século, quando a Primeira Guerra Mundial e a chegada do Estado turco pós-otomano tornaram a Turquia uma terra hostil. 

Em Istambul, Francisco se reunirá com o patriarca Bartolomeu, líder espiritual de cerca de 300 milhões de cristãos ortodoxos no mundo, como parte de um esforço para fortalecer os laços com a ala oriental do cristianismo. 

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Eles vão emitir pedidos conjuntos sobre direitos humanos e liberdade religiosa, assim como sobre o medo de que o cristianismo esteja desaparecendo do local de suas origens no Oriente Médio, de acordo com o reverendo Dositheos Anagnostopoulos, porta-voz do patriarca. 

Francisco disse na terça-feira que, embora seja “quase impossível” ter um diálogo com insurgentes do Estado Islâmico, a porta não deve ser fechada. 

A Turquia será a terceira viagem feita por ele para uma nação de maioria muçulmana, após Jordânia e Albânia.

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