O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou na internet um "manual" para atrair mulheres para casamentos com os jihadistas - que devem ser iniciados aos nove anos e podem ocorrer, no máximo, até os 17.
O título da mensagem é bem claro: "Uni-vos ao EI, case aos nove anos e passem o resto da vida a se preocupar com os trabalhos domésticos" e tem como objetivo atrair mulheres de outros países árabes para se unirem ao grupo.
O "manual" de 40 páginas, muito ilustrado, delineia a visão dos extremistas sobre o papel da mulher na sociedade seguindo a lei islâmica, "sharia", e "ao estilo de vida ordenado por Alá". As meninas devem começar a ir para a escola aos sete anos e devem terminar seus estudos aos 15, sendo que devem ter como foco os estudos do Corão, da cozinha e de costura. Segundo o grupo, essas matérias são indispensáveis para a formação dos "anjos do lar".
"Não é necessário que uma mulher pule de um lado para outro para ter instrução só para demonstrar que é mais inteligente que um homem", diz uma parte do texto. Na vida sedentária que a esposa de um extremista deve ter há apenas três exceções: ser médica, professora e, naturalmente, "atender o chamado à jihad, no caso da falta de homens". Porém, todos esses trabalhos devem ser realizados, no máximo, três vezes na semana. Elas ainda devem apoiar o movimento de "dentro de casa".
É rigorosamente proibida a cirurgia plástica, os piercings e "aquelas coisas que elas penduram nas orelhas". Além disso, centros de estética e lojas de roupas são tachados de "coisas do demônio". Após o casamento, a mulher deverá permanecer "debaixo do véu e escondida do mundo", uma medida repressiva e retrógada que já foi abolida em diversos países árabes. Os extremistas afirmam que é "legítimo" que uma mulher se case aos nove anos e, aquelas que não se casarem nessa idade, devem realizar o matrimônio até os "16 ou 17 anos, enquanto são ainda jovens e ativas".
O documento, divulgado em janeiro por um dos mais populares sites da brigada feminina do EI, o Al-Khanssaa, foi traduzido apenas agora para o inglês pelo pesquisador Charlie Winter. O texto não relata a crueldade do grupo terrorista e nem cita os casamentos em que as mulheres são obrigadas a se casar e serem vítimas de violência.