Estado Islâmico diz ter controle total da cidade síria de Palmira

21 mai 2015 - 20h23

Combatentes do Estado Islâmico apertaram o cerco nesta quinta-feira sobre a cidade histórica de Palmira, na Síria, e superaram defesas do governo iraquiano ao leste de Ramadi, a capital da província que tomaram há cinco dias.

Turistas tiram foto de um teatro na cidade histórica de Palmira, na Síria, em 2008. 18/04/2008
Turistas tiram foto de um teatro na cidade histórica de Palmira, na Síria, em 2008. 18/04/2008
Foto: Omar Sanadiki / Reuters

Ambas as investidas não apenas aumentam a pressão sobre Damasco e Bagdá como também jogam dúvidas sobre uma estratégia dos Estados Unidos de se valer quase que exclusivamente de ataques aéreos para apoiar a luta contra o Estado Islâmico.

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O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que o grupo militante agora controla mais da metade de todo o território sírio, após mais de quatro anos de conflitos que começaram após uma insurreição contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad.

Combatentes leais ao grupo sunita também consolidaram seu controle sobre o município líbio de Sirte, cidade natal do ex-líder Muammar Gaddafi.

A Casa Branca afirmou que a tomada de Palmira foi um "revés" para a coalizão liderada pelos EUA na luta contra o Estado Islâmico. Mas o porta-voz, Josh Earnest, disse que o presidente norte-americano, Barack Obama, discorda de republicanos que pedem que ele envie tropas terrestres para combater os militantes islâmicos.

O Estado Islâmico disse em comunicado publicado por seguidores no Twitter que detém o controle total de Palmira, incluindo suas bases militares, sendo a primeira vez em que tomou uma cidade diretamente do controle sírio e de forças aliadas.

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O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos em Genebra, na Suíça, disse que um terço dos 200 mil habitantes de Palmira podem ter fugido dos combates nos últimos dias.

A porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, também disse que houve relatos de forças do governo evitando a saída de civis, embora a imprensa estatal tenha dito que forças da Defesa Nacional, pró-governo, retiraram civis antes de deixarem a região de conflito.

"O Isil (Estado Islâmico) tem supostamente realizado buscas porta a porta na cidade, procurando pessoas ligadas ao governo", disse Shamdasani. "Há relatos de que pelo menos 14 civis foram executados pelo Isil em Palmira nesta semana."

O grupo extremista destruiu antiguidades no Iraque e há temores de que possa agora devastar Palmira, que abriga renomadas ruínas da era romana, incluindo templos, colunas e teatro bem-preservados.

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O ataque faz parte de um avanço para o oeste do Estado Islâmico que coloca mais pressão sobre os já desgastados Exército e milícias da Síria, os quais também perderam terreno no noroeste e sul do país.

A tomada de Palmira dá ao Estado Islâmico acesso a modernas instalações militares e controle de uma rodovia no deserto que liga a capital, Damasco, e a cidade de Homs ao leste do país, majoritariamente controlado por rebeldes.

Embora o Estado Islâmico tenha tomado grande parte da Síria, as áreas que controla são pouco habitadas. As principais cidades da Síria, incluindo Damasco, estão localizadas no flanco oeste do país, junto à fronteira com o Líbano e à costa.

Apenas cinco dias antes da queda de Palmira, o Estado Islâmico tomou Ramadi, capital da maior província do Iraque, Anbar, onde o grupo tem aproveitado o ressentimento entre sunitas locais que dizem que têm sido marginalizados pelos governos liderados pelos xiitas em Bagdá.

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(Reportagem adicional de Mariam Karouny, em Beirute; de Kinda Makieh, em Damasco; e de Isabel Coles, em Erbil)

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