O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) pode estar pensando em usar o ebola como uma bio-arma contra os países do Ocidente. A teoria, apesar de assustadora, ainda não foi confirmada e é vista com ceticismo por alguns especialistas. As informações são do Daily Mail.
Segundo a publicação, a hipótese foi levantada por um especialista em assuntos militares. A ideia seria de que o EI - que possui ligação com o a linha de terrorismo conhecida como "terrorismo-suicida" - estaria recrutando militantes para contrair o vírus do ebola e viajar para países onde querem causar estragos, expandindo a epidemia e causando ainda mais mortes.
O capitão Al Shimkus, professor de assuntos de segurança nacional no Naval War College, dos EUA, acredita que a teoria é "inteiramente plausível". "No contexto da atividade terrorista, não é preciso muita sofisticação para transformar um ser humano em um verdadeiro transportador do vírus", disse.
O professor Anthony Glees, diretor do Centro de Segurança e Inteligência da Universidade de Buckinggham, no Reino Unido, concorda que a estratégia pode ser considerada. "De certa forma, é uma teoria plausível. Este é um trabalho potencial para uma missão suicida. Além disso, existem militantes do EI em vários países", afirmou.
O vírus do ebola é transmitido pelo contato direto com uma pessoa infectada. A doença já matou mais de 3.800 pessoas e os primeiros casos já foram confirmados nos EUA na Europa. Há, inclusive, um caso de suspeita da doença no Brasil.
No entanto, alguns especialistas são contra a hipótese. Jennifer Cole, diretora de pesquisa no Instituto Royal United Services, no Reino Unido, disse que discorda da hipótese. "Todo o mundo está olhando para essa doença. Portanto, seria muito difícil que um integrante do EI conseguisse entrar em um país com o vírus, propositadamente", defende. "Além disso, o ebola é muito difícil de ser controlado. Logo, as chances de um militante morrer antes de conseguir transmiti-lo seriam grandes".
Publicidade
Cole defende ainda que, para um ataque suicida, as armas de fogo ainda são mais confiáveis e eficazes. Andreas Krieg, especialista em segurança no Oriente Médio, na Universidade de Londres, concorda com Cole. "É uma forma barata de terrorismo. No entanto, exige muito esforço e a missão teria pouca chance de sucesso".
Além disso, Krieg defende que o foco do EI ainda é o Oriente Médio e a expansão de territórios conquistados. Segundo o especialista, a hipotética missão poderia causar estragos no próprio grupo terrorista, contagiando militantes. Portanto, o EI não se arriscaria a tanto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
2 de 11
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
3 de 11
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
4 de 11
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
5 de 11
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
6 de 11
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
7 de 11
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
8 de 11
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
9 de 11
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
10 de 11
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
11 de 11
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore