Estado Islâmico torturou dezenas de crianças curdas, diz HRW

Meninos também disseram que só comiam duas vezes por dia, tinham de rezar cinco vezes diariamente e seguir cursos de religião islâmica

4 nov 2014 - 13h31
Crianças e jovens contaram ter sido espancados com tubos e cabos elétricos e obrigados a ver vídeos de decapitações e ataques cometidos por seus carcereiros do Estado Islâmico
Crianças e jovens contaram ter sido espancados com tubos e cabos elétricos e obrigados a ver vídeos de decapitações e ataques cometidos por seus carcereiros do Estado Islâmico
Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters

Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) espancaram e torturaram dezenas de crianças e adolescentes originários de Kobane, que foram sequestrados antes do ataque a esta cidade curdo-síria, acusou nesta terça-feira a ONG Human Rights Watch (HRW).

Estes meninos, entre 14 e 16 anos, faziam parte de um grupo de 153 jovens sequestrados pelo EI em 29 de maio passado, quando voltavam para Kobane.

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Os últimos 25, colocados em liberdade na semana passada, contaram ter sido espancados com tubos e cabos elétricos e obrigados a ver vídeos de decapitações e ataques cometidos por seus carcereiros.

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"Desde o começo da revolta síria, as crianças sofreram os horrores da detenção e da tortura, primeiro por parte do governo (do presidente sírio Bashar al) Assad, e agora do EI", declarou Fred Abrahams, responsável pelos direitos da infância na HRW.

Segundo os testemunhos de quatro crianças, os jihadistas espancavam os adolescentes que tentava fugir ou que quebravam as normas estabelecidas durante os "cursos de religião".

Os mais perseguidos eram os meninos ligados a combatentes das Unidades de Proteção do Povo (YPG), a milícia armada curta que defende Kobane há mais de seis semanas.

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"Eles pediam que a gente desse o endereço de nossas famílias, dizendo: 'quando voltarmos a Kobane, vamos atacá-los e despedaçá-los'", contou um adolescente de 15 anos.

Os meninos também disseram que só comiam duas vezes por dia, tinham de rezar cinco vezes diariamente e seguir cursos de religião islâmica. Segundo eles, seus carcereiros eram sírios, jordanianos, líbios, tunisianos e sauditas.

Desvendando o Estado Islâmico

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