O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma advertência para a possibilidade de entrada no país, sem necessidade de visto, de europeus que seguem a causa da jihad.
"Alguns europeus seguem a causa (dos insurgentes sunitas) e viajam para a Síria. Outros viajam para o Iraque, ganham experiência de combate e saem", disse Obama em uma entrevista gravada no fim de semana e transmitida neste domingo pela rede ABC.
Esses combatentes "têm passaportes europeus, que não precisam de visto para os Estados Unidos", disse.
Diante da contundente ofensiva dos insurgentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte do Iraque, o presidente americano enviou dezenas de assessores militares a Bagdá para ajudar as forças iraquianas, mas descartou a ideia de uma intervenção das tropas dos Estados Unidos.
De acordo com as últimas estimativas, cerca de 780 franceses viajaram à Síria para participar dos combates contra o governo de Bashar al-Assad. A Bélgica estima em cerca de 200 o número de belgas que fizeram o mesmo e a Grã-Bretanha, em 400.
Em um caso recente, Mehdi Nemmouche, o francês suspeito de ter matado quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas no dia 24 de maio, havia passado mais de um ano na Síria, onde se juntou a grupos militantes, de acordo com o procurador de Paris.
Diante desse risco, "devemos melhorar nossa política de vigilância e nosso trabalho de inteligência sobre o terreno", disse Obama. "Em alguns momentos, teremos que atingir as organizações que tenham a intenção de nos atacar".
A pertinência de ataques aéreos está sendo discutida em Washington. No momento, uma ofensiva aérea está sendo descartada, mas o Pentágono revelou nesta semana que havia enviado drones armados para sobrevoar Bagdá com o objetivo de "proteger" os militares e diplomatas americanos.