EUA fazem novos ataques aéreos a extremistas no Iraque

Ataques aéreos foram realizados próximo a Arbil, capital curda ao norte do país

10 ago 2014 - 13h03
(atualizado às 13h03)
Drones e caças americanos almejam bases do Exército Islâmico ao norte do Iraque durante ataques aéreos
Drones e caças americanos almejam bases do Exército Islâmico ao norte do Iraque durante ataques aéreos
Foto: HO/CENTCOM / AFP

Os Estados Unidos promoveram novos ataques aéreos a alvos do Estado Islâmico próximos a Arbil, a capital da região curda semiautônoma do Iraque, afirmou o comando central militar norte-americano neste domingo. 

Os ataques, promovidos por drones e caças dos Estados Unidos, tiveram como objetivo proteger as forças Peshmerga curdas que enfrentam militantes islâmicos perto de Arbil, local que abriga um consulado dos EUA e um centro de operações conjuntas entre Estados Unidos e Iraque, afirmou o comando central em comunicado. 

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"Aproximadamente às 2h15 da manhã, aeronaves norte-americanas atingiram e destruíram um caminhão do Estado Islâmico que disparava contra forças curdas localizadas nas proximidades de Arbil", afirmou o comando central. Outros quatro ataques a caminhões armados e posições de artilharias se seguiram, disse a nota. 

O governo Obama começou na semana passada uma campanha de ataques aéreos e envio de ajuda humanitária por ar no norte do Iraque, onde militantes ameaçam minorias religiosas e a capital curda. Os ataques são os primeiros promovidos por Washington desde que o presidente Barack Obama ordenou a retirada das tropas norte-americanas do Iraque em 2011. 

O governo iraquiano disse neste domingo que os militantes, que têm lidado de maneira violenta com civis e membros das forças de segurança do Iraque desde que foram para o norte do país em junho, mataram pelo menos 500 membros da minoria Yazidi iraquiana, enterrando alguns vivos e pegando várias mulheres como escravas.

600 mil já abandonaram casa por ataques jihadistas

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Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) forçaram a fuga de cerca de 600 mil civis pertencentes a minorias étnicas e religiosas de seus lares no norte do Iraque, afirmou neste domingo um deputado iraquiano em Bagdá.

Refugiados cristãos na cidade curda de Erbil, ao norte do Iraque
Foto: Spencer Platt / Getty Images

"Cerca de 150 mil membros do grupo étnico shabak, 250 mil turcomanos e 200 mil seguidores do credo yazidi foram forçados pelos grupos terroristas a se deslocar", disse o deputado da província setentrional iraquiano de Ninawa, Henin al Qedu, em entrevista coletiva.

Qedu afirmou que "as operações de assassinato, saques e violações continuam nas aldeias de maioria shabak e também nas localidades yazidis e cristãs em Sinjar".

O parlamentar pediu que as autoridades se mobilizem rapidamente para aliviar o sofrimento dos deslocados com operações militares para liberar as zonas e que estes possam retornar a seus lares.

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"Os governos locais devem facilitar a passagem aos foragidos e ajudá-los, ao invés de dificultar seu avanço", indicou Qedu.

Com relação a isso, o deputado considerou que as autoridades de Bagdá e das outras províncias devem formar comitês para acolher os deslocados e prestar ajuda.

"Os governos de Bagdá e Erbil (capital da região do Curdistão) devem colaborar para libertar as zonas de Sahl Ninawa, Sinjar, Bashiqa, Qaraqosh e Tal Afar e para compensar os afetados", acrescentou.

Os cristãos, yazidis, turcomanos e shabak são algumas das minorias que conviveram durante muito tempo com os muçulmanos no Iraque, onde agora são perseguidos pelo EI.

A maioria destes grupos, presentes no país durante centenas e inclusive milhares de anos, vive na província de Ninawa, uma zona de história e cultura milenárias próxima ao rio Tigre e situada cerca de 400 quilômetros ao noroeste de Bagdá.

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