EUA pedem unidade ao Iraque e elevam segurança de embaixada

16 jun 2014 - 00h47
(atualizado às 00h52)

Os Estados Unidos pediram neste domingo ao governo iraquiano para agir rapidamente em favor da reconciliação nacional, ao mesmo tempo em que decidiu reforçar as medidas de segurança em sua embaixada em Bagdá diante do avanço dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL).

Militares das Forças Armadas dos EUA reforçarão a segurança da embaixada em Bagdá, a pedido do Departamento de Estado, que insistiu que vai continuar operando para apoiar os iraquianos perante as "ameaças iminentes".

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A tensão aumentou depois que o Exército assegurou ter matado 279 terroristas em 24 horas e os extremistas divulgaram através de uma conta da rede social Twitter fotografias de supostas execuções maciças, nas quais teriam morrido cerca de 1.700 soldados.

"Apesar de não podermos confirmar estes relatórios, um dos objetivos principais do EIIL é fixar o medo nos corações dos iraquianos e comandar a divisão sectária da população", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que condenou o "horrível" massacre.

Psaki reiterou o pedido de unidade que o próprio secretário de Estado John Kerry transmitiu ao ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, em um telefonema no sábado, para que "os líderes iraquianos de todo o espectro político tomem medidas para unificar o país frente a esta ameaça".

O presidente americano estuda diversas possibilidades para ajudar o governo iraquiano a repelir o avanço do EIIL e, embora na sexta-feira tenha descartado que os EUA vão voltar a situar tropas no terreno, outras medidas como os ataques aéreos estão sendo ventiladas.

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Em antecipação, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, ordenou o envio do porta-aviões George H.W. Bush ao Golfo Pérsico para dar ao presidente uma "flexibilidade adicional" no caso de "opções militares" serem necessárias.

Obama desfrutou este domingo de um dia na Califórnia, acompanhado de sua mulher e sua filha mais velha, onde se dedicou a jogar golfe, motivo pelo qual foi criticado.

A porta-voz da Casa Branca de seu antecessor, George Bush, Dana Perino, declarou que há ocasiões nas quais "continuar em férias não é o melhor".

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que tanto na noite de sábado como nesta manhã o presidente recebeu a informação "mais recente" da situação no terreno no Iraque de sua conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, informando sobre as discussões em curso sobre a gama de opções disponíveis.

Enquanto isso, republicanos e democratas diferem sobre o papel dos EUA na crise. Assim há vozes que acreditam que um ataque aéreo seria o mais efetivo para cortar o avanço do EIIL e outras que se opõem a que intervenha em uma guerra civil sectária.

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Ryan Crocker, que foi embaixador no Iraque durante o governo de George Bush (2001-2009), defendeu este domingo uma solução diplomática embora tenha indicado que apoiaria uma intervenção aérea "muito cuidadosa" que, enfatizou, deveria ser acompanhada de uma forte ação diplomática e um compromisso entre sunitas, xiitas e curdos.

Foto: Arte Terra

O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes (Deputados), o republicano Mike Rogers, considerou em entrevista à emissora Fox que é "tarde demais" para realizar um "longo" processo de reconciliação política e defendeu o porquê de Obama trabalhar com os parceiros da Liga Árabe, que inclui Egito, Iraque, Jordânia e Arábia Saudita, e dê o apoio militar necessário.

A congressista democrata Tulsi Gabbard, veterana da Guerra do Iraque, mostrou sua "preocupação" com a possibilidade de um ataque aéreo para deter uma "guerra civil" com "raízes religiosas" e defendeu que os EUA ajudem no processo de diálogo entre a insurgência sunita e o governo dirigido pelo xiita Nouri al Maliki.

No entanto, seu colega democrata, o senador Joe Manchin, que criticou que a inteligência "falhou miseravelmente" ao não ver chegar a ameaça do EIIL, disse estar aberto a ataques aéreos ou aviões não tripulados, mas insistiu na necessidade de verificar que a "informação é correta antes de começar", conforme disse no programa Meet the Press da NBC.

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O senador republicano Lindsey Graham defendeu na CNN que os EUA dialoguem com o Irã, com o qual não tem relações diplomáticas, para garantir que o país não faça uso do conflito sectário para estender sua influência no Iraque e considerou que "ignorar o Irã e não pedir que eles 'não se aproveitam desta situação' seria um erro".

  
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