França se une aos esforços internacionais contra jihadistas

Hollande, que se reuniu com o presidente Fuad Massum e o primeiro-ministro Haidar al-Abadi, é o primeiro líder estrangeiro a visitar Bagdá desde o início da ofensiva do Estado Islâmico

12 set 2014 - 10h43
<p>"Vim a Bagdá para afirmar a disponibilidade da França para ajudar ainda mais o Iraque militarmente", declarou Hollande</p>
"Vim a Bagdá para afirmar a disponibilidade da França para ajudar ainda mais o Iraque militarmente", declarou Hollande
Foto: Ali al-Saadi / Reuters

O presidente francês, François Hollande, prometeu nesta sexta-feira, em Bagdá, aumentar a ajuda militar ao Iraque, em meio aos esforços internacionais para deter os jihadistas do Estado Islâmico (EI), responsáveis por inúmeras atrocidades neste país e na Síria.

Paralelo a isso, o secretário de Estado americano John Kerry prossegue com sua missão em Ancara, após obter o apoio de dez países árabes na luta contra o grupo extremista sunita como parte de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

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No sábado, ele viajará ao Cairo, onde se reunirá com o chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi.

Hollande, que se reuniu com o presidente Fuad Massum e o primeiro-ministro Haidar al-Abadi, é o primeiro líder estrangeiro a visitar Bagdá desde o início, em 9 de junho, da ofensiva do EI, que assumiu grandes porções do território no Iraque, depois de ter feito o mesmo na vizinha Síria desde 2013.

"Vim a Bagdá para afirmar a disponibilidade da França para ajudar ainda mais o Iraque militarmente", declarou Hollande, que expressou o apoio da França ao governo iraquiano que "foi capaz de reunir todos os componentes do povo iraquiano".

Enquanto Abadi insistiu na importância do apoio aéreo para ajudar no combate aos jihadistas, o presidente francês declarou ter "ouvido esta demanda" e que "trabalha com nossos aliados em uma série de possibilidades".

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A França fornece desde agosto armas para as forças curdas que combatem o EI no norte do Iraque.

Paris também manifestou a sua vontade de utilizar seus bombardeiros no Iraque "se necessário", como parte da estratégia anunciada quarta-feira à noite pelo presidente americano Barack Obama para "destruir" o grupo extremista.

"A ameaça global (representada pelo EI) requer uma resposta global", ressaltou o chefe de Estado francês, acrescentando que a conferência internacional sobre o Iraque prevista para segunda-feira em Para deve ajudar a "coordenar as ações contra este grupo terrorista".

De acordo com a Agência Americana de Inteligência (CIA), o EI possui entre 20.000 e 31.500 combatentes na Síria e no Iraque, alguns dos quais recrutados a partir do estrangeiro.

Após Bagdá, Hollande seguirá para Erbil, capital da região autônoma do Curdistão (norte), para entregar ajuda humanitária e visitar um campo de deslocados.

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Centenas de milhares de iraquianos, em sua grande maioria cristãos e yazidis, fugiram frente ao avanço dos jihadistas, acusados de crimes contra a humanidade pela ONU.

Onze anos após ter rejeitado se unir a Washington e Londres na invasão do Iraque, a França tenta voltar à cena neste país, com o qual mantém fortes laços históricos.

Como parte de sua estratégia, Obama prevê expandir os ataques aéreos contra o EI no Iraque e lançar ataques na Síria.

Ele também anunciou a sua intenção de fortalecer o exército iraquiano e aumentar a ajuda militar aos rebeldes sírios que lutam contra o regime de Bashar al-Assad e o EI.

Os Estados Unidos também têm a intenção de fortalecer suas bases no Golfo e aumentar os voos de vigilância, segundo uma autoridade americana. O Pentágono começará a posicionar alguns de seus aviões na base aérea de Erbil.

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Um total de 1.600 soldados americanos será enviado ao Iraque para dar apoio às forças iraquianas em termos de equipamento, formação e informação.

"O objetivo é enfraquecer e, finalmente, destruir o EI", segundo o presidente Obama.

Na Europa, a Alemanha anunciou a proibição de atividades de apoio ou promoção do EI em seu território, depois de ter excluído sua participação em eventuais ataques aéreos na Síria, enquanto primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse não excluir qualquer possibilidade.

Na Síria, o regime, apoiado pela Rússia, advertiu contra o lançamento de ataques em seu território, sem o seu acordo.

Os Estados Unidos, que consideram ilegítimo o regime de Bashar al-Assad, anunciaram sua intenção de fornecer 500 milhões de dólares em ajuda humanitária adicional às vítimas do conflito sírio, que já causou mais de 191 mil mortes desde 2011, de acordo com o ONU.

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