Uma francesa encontrou na Turquia a filha de dois anos que tinha sido levada pelo pai, um suposto jihadista que teria viajado com a intenção de se juntar a combatentes na Síria, informou um funcionário do ministério do Interior.
A mãe, Mériam Rhaiem, de 25 anos, e a criança devem voltar para a França nesta terça-feira à noite a bordo de um avião fretado pelo Ministério do Interior francês, segundo a fonte.
O pai foi preso na semana passada na Turquia na companhia de sua filha, Assia, e está sob custódia.
Em março, Rhaiem havia feito um apelo para que as autoridades francesas reconhecessem a condição de refém de sua filha de 23 meses, que seu marido teria levado para a Síria com a intenção de lutar ao lado de um grupo jihadista.
A jovem garantiu que seu marido, que é alvo de um mandado de prisão internacional, pretendia viajar para a Síria. Rhaiem já tinha dado entrada em um processo de divórcio.
Em 14 de outubro de 2013, o pai da menina não entregou a criança à mãe depois de passar o dia com Assia, como acontecia toda segunda-feira. Ele deixou a França de carro em direção à Turquia, de onde telefonava com frequência exigindo que a esposa se juntasse a ele.
Segundo Rhaiem, ele também anunciou a sua intenção de atravessar a fronteira síria com sua filha para se juntar à Frente Al-Nosra, grupo jihadista que combate o regime de Bashar al-Assad.
De acordo com Gabriel Versini-Bullara, advogado de Rhaiem, seu marido se "radicalizou após uma viagem a Meca", exigindo, por exemplo, que ela usasse o véu e proibindo que trabalhasse ou que ouvisse música.
Como muitos países europeus, a França enfrenta um aumento de candidatos à jihad na Síria. Uma fonte ligada a esses casos, estimou em mais de 900 o número de pessoas englobando aquelas que teriam viajado, estariam em trânsito ou teriam a intenção de combater no país árabe.