O governo venezuelano repudiou nesta quinta-feira, 20, as declarações do presidente americano, Barack Obama, que na véspera condenou as violências registradas durante as manifestações estudantis na Venezuela. "O governo da República Bolivariana da Venezuela repudia taxativamente as declarações emitidas na quarta-feira, dia 19, pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à medida em que constituem uma nova e grosseira ingerência nos assuntos internos de nosso país, com o agravante de usar como base informações falsas e afirmações sem fundamento", declara a chancelaria venezuelana em um comunicado.
Obama condenou na quarta-feira a "inaceitável" violência ocorrida nos últimos dias durante manifestações opositoras na Venezuela e pediu ao governo de Nicolás Maduro que liberte os detidos.
A declaração foi dada em entrevista coletiva ao final de uma cúpula de líderes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), na cidade mexicana de Toluca (centro do país).
Obama afirmou que os Estados Unidos "condenam energicamente" a situação na Venezuela e considerou "legítimas" as reivindicações dos manifestantes. Ele também criticou o anúncio de expulsão de três funcionários americanos por parte do governo venezuelano.
"Junto com a Organização dos Estados Americanos (OEA), apelamos ao governo da Venezuela para que liberte os manifestantes detidos e inicie um diálogo verdadeiro", afirmou Obama.
"Na Venezuela, em vez de tentar desviar a atenção de suas próprias carências, expulsando com falsas acusações diplomatas americanos, o governo deveria se concentrar em atender às reivindicações legítimas do povo venezuelano", frisou Obama.
No domingo, o presidente Nicolás Maduro anunciou a expulsão de três funcionários consulares americanos, acusando-os de ingerência nos assuntos domésticos. Washington disse que estuda "ações" a adotar contra a Venezuela.
Juntamente com os Estados Unidos, Maduro também acusou o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe de ser um dos promotores das passeatas da oposição, classificadas por Caracas como "golpe de Estado em desenvolvimento".