Grupo radical insinua que militar raptado pode estar morto

O Hamas, por outro lado, nega ter conhecimento da captura do soldado israelense

2 ago 2014 - 11h43
(atualizado às 11h44)
<p>Israel acusa o grupo radical Hamas de ter sequestrado Hadar Goldin</p>
Israel acusa o grupo radical Hamas de ter sequestrado Hadar Goldin
Foto: AP

O braço armado do movimento islamita Hamas, as "Brigadas de Ezzedine al Qassam", insinuou neste sábado que o soldado supostamente sequestrado pelo grupo radical poderia estar morto.

"Perdemos contato com um grupo de nossos combatentes. Quando as forças de ocupação israelenses penetraram no leste de Rafah. Suspeitamos que morreram pelos ataques israelenses, incluído o soldado, que, supostamente, foi capturado pelo grupo", disse o comunicado dos milicianos divulgado pela agência palestinas Ma'an.

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Segundo o exército israelense, as tropas foram atacadas na zona de Rafah (na fronteira com o Egito) uma hora depois da entrada em vigor da trégua de 72 horas aceita pelas partes em conflito, que começou às 08h (locais, 02h em Brasília) de ontem, mas que durou apenas duas horas.

Milicianos palestinos saíram de um túnel e atacaram de surpresa os soldados, e dois deles morreram, informou o exército israelense que apontou a possibilidade de que um terceiro militar, identificado como Hadar Goldin, tenha sido capturado.

As 'Brigadas Ezzedine al Qassam' negaram hoje ter capturado o soldado israelense e garantiram desconhecer as circunstâncias do desaparecimento.

Segundo a nota divulgada pela Ma'an, "o que aconteceu na sexta-feira de manhã no leste de Rafah é que as forças da ocupação aproveitaram o suposto cessar-fogo humanitário para entrar mais dois quilômetros em nossa terra".

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"Estimamos que nossos combatentes que estavam na área enfrentaram as tropas israelenses por volta das 07h, antes de começar a trégua", afirmou o comunicado.

"Depois, os israelenses atacaram civis, violando o cessar-fogo sob o pretexto de buscar o soldado desaparecido".

Além disso, Hamas negou ter conhecimento da captura do soldado, e vários de seus dirigentes acusaram Israel de se aproveitar da captura do soldado para "justificar agressões contra o povo palestino".

O porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, disse em uma nota à imprensa que "a declaração da ocupação israelense de que um de seus soldados foi capturado tem por objetivo confundir a opinião pública e justificar a violação da cessação do fogo humanitário".

Desde ontem a cidade de Rafah foi duramente castigada pelo exército israelense com uma intensificação dos bombardeios.

Corpos de mulheres, crianças e idosos eram vistos nas ruas, enquanto os feridos perambulavam gritando, e as ambulâncias eram incapazes de chegar a todas as vítimas. O principal hospital da cidade foi evacuado após ser alvo dos disparos de tanques.

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