Hamas promete se vingar de Israel por morte de palestino

Presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, pediu ao governo israelense "que castigue os assassinos, se quiserem a paz entre os povos palestino e israelense"

2 jul 2014 - 16h08
(atualizado às 16h08)
<p>Palestino observa, através de uma folha de tecido, um acampamento de verão organizado pelo movimento Hamas</p>
Palestino observa, através de uma folha de tecido, um acampamento de verão organizado pelo movimento Hamas
Foto: Mohammed Salem / Reuters

O movimento islamita Hamas ameaçou nesta quarta-feira se vingar de Israel pelo assassinado de um jovem palestino cometido aparentemente em represália pela morte de três jovens israelenses.

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O assassinato do jovem palestino provocou uma onda de condenações dos líderes israelenses e palestinos, mas também internacionais, como dos Estados Unidos, que alertaram para uma piora da situação devido aos atos de vingança.

Israel "pagará o preço por estes crimes", afirmou o Hamas. "Enviamos nossa mensagem à entidade sionista e aos seus líderes, que consideramos responsáveis diretos" pelo assassinato, acrescentou.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, pediu ao governo israelense "que castigue os assassinos, se quiserem a paz entre os povos palestino e israelense", assim como "medidas concretas em terra para colocar fim aos ataques de colonos".

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que anunciou a abertura de uma investigação, lamentou o crime hediondo e advertiu às partes para não fazerem justiça com as próprias mãos.

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O adolescente palestino Mohamad Abu Khdeir, de 16 anos, foi sequestrado na terça-feira quando pedia carona no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel.

A polícia de Israel confirmou a descoberta de seu corpo com marcas de violência em uma floresta de Jerusalém Ocidental, embora tenha descartado vincular esse assassinato com a morte dos três jovens israelenses, sequestrados no dia 12 de junho na Cisjordânia ocupada quando pediam carona.

"O corpo é do meu filho", confirmou à AFP Hussein Abu Khdeir, que não soube determinar a causa da morte.

Ansam Abu Khdeir, primo do jovem, indicou que testemunhas anotaram a placa do veículo, e que a polícia está investigando. "Sabíamos que três israelenses tinham sequestrado Mohamad antes da oração do amanhecer. Uma testemunha os viu", acrescentou à AFP.

O assassinato de Abu Khdeir pode se tratar de um ato de vingança pelo assassinato dos três jovens israelenses, encontrados mortos na segunda-feira. A polícia israelense elevou o estado de emergência no país.

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No bairro de Shuafat, onde o jovem assassinado vivia, ao menos 65 pessoas ficaram feridas, três delas por munição real e 35 por balas de borracha, em confrontos entre jovens palestinos e a polícia israelense desde o início da manhã, segundo o Crescente Vermelho.

Até o momento, a situação continua tensa nesse bairro de Jerusalém Oriental, onde o serviço de bondes foi suspenso. Também foram registrados confrontos no bairro de Ras al-Amud, perto do Monte das Oliveiras.

Desde que os corpos dos três jovens israelenses foram encontrados na segunda-feira no sul da Cisjordânia, a polícia israelense reforçou seu efetivo no território. Israel atribui ao Hamas o assassinato dos três israelenses, mas o movimento islamita negou seu envolvimento.

Neste contexto, 200 pessoas participaram na terça-feira de uma manifestação antiárabe em Jerusalém, que terminou com uma "caça a árabes", de acordo testemunhas.

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O prefeito israelense de Jerusalém, Nir Barkat, pediu moderação, enquanto Robert Serry, responsável das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, fez um apelo para que "um ambiente já tenso seja ainda mais agravado".

"Não há palavras para transmitir adequadamente nossas condolências ao povo palestino", declarou o secretário americano de Estado, John Kerry.

A família de Naftali Frankel, um dos três jovens israelenses assassinados na Cisjordânia, lamentou a morte do jovem palestino, chamando o crime de "ato terrível e ultrajante".

"Um assassinato é um assassinato, não importa a nacionalidade ou a idade. Não há justificativa ou perdão", acrescentou a família.

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