O líder do Hezbollah libanês anunciou nesta quinta-feira, pela primeira vez, que seu partido possui desde 2006 mísseis iranianos Fateh-110, com capacidade para atingir Israel, seu inimigo número um.
Esses artefatos têm 200 quilômetros de alcance.
"Conseguimos esses mísseis há muito tempo, desde 2006", afirmou Hassan Nasrallah, referindo-se à entrega desses armamentos, por parte do Irã, ao partido xiita, na entrevista concedida ao canal Al-Mayadeen, com sede em Beirute.
"Estamos mais fortes do que nunca", afirmou Nasrallah.
Em 2012, funcionários do Pentágono indicaram que o Hezbollah dispunha de 50 mil mísseis balísticos, entre eles 40 a 50 Fateh-110, capazes de atingir Tel Aviv e a maior parte do território israelense, assim como 10 mísseis Scud-D.
"Os repetidos bombardeios sobre diferentes objetivos na Síria constituem uma grave violação" deste país, advertiu Nasrallah, cujo grupo historicamente tem vínculos com o regime de Damasco.
Uma resposta do eixo formado por Síria, Irã e Hezbollah "pode ocorrer a qualquer momento".
A Síria já acusou Israel em oito ocasiões, desde janeiro de 2013, de lançar ataques aéreos contra instalações no país, em particular no dia 7 de dezembro, na região de Damasco.
O Estado hebreu não assumiu sua responsabilidade nos ataques aéreos ao Líbano, mas sempre assinalou sua determinação em impedir a "transferência de armas" da Síria para o Hezbollah.
Segundo a imprensa israelense, o ataque de 7 de dezembro atingiu comboios e depósitos de armas "sofisticadas" (mísseis anticarro e terra-ar) destinados ao Hezbollah.
Graças ao apoio financeiro e militar concedido por Damasco e Teerã, o Hezbollah repeliu em 2000 o Exército israelense após 22 dias de ocupação do sul do Líbano.
Na mesma entrevista, Nasrallah disse que o Hezbollah está pronto para invadir a Galileia (norte de Israel), repetindo a ameaça proferida em 2011.
"Não vamos procurar uma nova guerra (...) mas estamos preparados. Se o comando da Resistência (Hezbollah) convocar seus combatentes para entrar na Galileia, estarão preparados".
Perguntado sobre o conflito sírio, Hassan Nasrallah, aliado do regime em Damasco, afirmou que "qualquer solução na Síria sem o presidente (Bashar Al) Assad é impossível".