O presidente do Iêmen, Abd-Rabbo Mansour Hadi, apresentou nesta quinta-feira a sua renúncia. O pedido foi feito pouco depois do anúncio de que o primeiro-ministro Khaled Bahah também teria deixado o cargo.
Bahah chegou a denunciar que o país está "em um beco sem saída", dizendo que não queria ser arrastado para "um labirinto político que não era construtivo".
A afirmação trata-se de uma aparente referência a um impasse entre o governo e o poderoso movimento Houthi do Iêmen.
Após vários dias de violência na capital, Sanaa, o presidente e os milicianos xiitas que compõem o grupo entraram em um acordo - na noite da última quarta-feira - em que o grupo se comprometeu a deixar o palácio presidencial e liberar o chefe de gabinete de Hadi, sequestrado no sábado. Em troca, o projeto de Constituição, ao qual se opõem, poderá sofrer emendas.
Os huthis entraram na terça-feira no complexo presidencial e cercaram a residência do premiê.
O Conselho de Segurança da ONU e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) condenaram uma demonstração de força dos milicianos e manifestaram seu apoio ao presidente.
No cargo desde a saída, sob pressão popular, do antecessor Ali Abdallah Saleh, Hadi viu seu poder se fragilizar, em participar depois da entrada, em 21 de setembro, de milicianos xiitas em Sanaa.