Seis iranianos que foram presos por aparecerem em um vídeo cantando "Happy", do cantor Pharrell Williams, foram libertados nesta quarta-feira, um dia depois de serem detidos pelo que a polícia classificou como comportamento "obsceno", disse um deles em um comentário on-line.
No vídeo, as três mulheres e os três homens dançam e dublam o sucesso, imitando o vídeo oficial. As mulheres não estão usando véus, como exigido pela lei islâmica do Irã.
A prisão causou revolta entre os fãs da canção – espécie de hino à felicidade – que usaram as mídias sociais para denunciar o que viram como uma reação severa demais da República Islâmica a um mero divertimento.
O próprio Pharrell Williams criticou as detenções. "É mais que triste que esses garotos tenham sido presos por tentar espalhar felicidade”, tuitou o cantor na terça-feira.
O incidente destacou a luta entre os conservadores iranianos e aqueles que esperam que o presidente Hassan Rouhani, que amenizou o antagonismo do seu país com o Ocidente, possa suavizar as normas sociais do Irã.
A televisão estatal do país transmitiu um programa na terça-feira no qual os seis jovens aparentavam mostrar arrependimento. “Eles nos prometeram não publicar o vídeo”, declarou uma das mulheres.
O chefe de polícia de Teerã, Hossein Sajedinia, disse ter ordenado a prisão dos seis por terem ajudado a criar um “vídeo obsceno que ofendeu a moral pública e foi divulgado no ciberespaço”, segundo a agência de notícias Isna.
Uma fonte próxima dos seis jovens informou que eles foram soltos sob fiança.