O primeiro-ministro iraquiano Haidar al Abadi anunciou neste domingo que intensificará a luta contra a corrupção depois de descobrir que o país pagava salários a 50.000 soldados fictícios, o que implica quase quatro divisões, informou um comunicado oficial.
A investigação que resultou nesta descoberta teve início com uma contagem rigorosa dos militares durante o último pagamento.
"Há dois tipos de soldados fictícios", explicou um oficial à AFP. "No primeiro caso, cada oficial é autorizado, por exemplo, a ter cinco soldados. Ele fica com dois e manda três para casa, e embolsa seu salário ou parte dele".
"No segundo caso, acontece em nível da brigada. Um comandante de brigada pode ter 30, 40 ou mais soldados, mas a maioria fica em casa ou não existe".
"O problema é que o comandante, para conservar seu posto, deve pagar subornos a seus próprios superiores", acrescentou a fonte.
Por este motivo, praticamente nenhum dos milhares de soldados que desertaram ou perderam a vida este ano no Iraque foram dados como baixa do exército.
Em junho, no início da ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o exército iraquiano sofreu uma autêntica debandada.
Desde que assumiu suas funções em setembro, Abadi destituiu ou aposentou uma parte da cúpula militar e agora pretende lutar contra a corrupção e o clientelismo que cresceu sob comando de seu antecessor, Nuri al Maliki.