Iraque: escravas sexuais do Estado Islâmico tentam suicídio

Assassinatos, torturas, estupros e sequestros cometidos pelo EI contra os yazidis podem ser classificados como "limpeza étnica"

23 dez 2014 - 00h33
(atualizado às 07h25)
 22 de junho - mulher iraquiana banha seu filho em um acampamento para deslocados iraquianos que fugiram de Mossul e outras cidades tomadas pelos insurgentes do Estados Islâmico e do Levante
22 de junho - mulher iraquiana banha seu filho em um acampamento para deslocados iraquianos que fugiram de Mossul e outras cidades tomadas pelos insurgentes do Estados Islâmico e do Levante
Foto: AP

Capturadas pelo grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque, mulheres e meninas da minoria yazidi preferem se suicidar, ou tentar o suicídio, antes de serem transformadas em escravas sexuais dos jihadistas - denunciou a Anistia Internacional em nota divulgada nesta terça-feira.

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A minoria yazidi, considerada herege pelos jihadistas do EI, é vítima das atrocidades cometidas por esses extremistas sunitas. Este ano, o EI se apoderou de amplas faixas de território no norte do Iraque, incluindo a região de Sinjar, povoada pelos yazidis.

Segundo a ONG, os assassinatos, torturas, estupros e sequestros cometidos pelo EI contra os yazidis podem ser classificados como limpeza étnica.

"Centenas, talvez milhares" de mulheres foram obrigadas a se casar, foram enviadas, ou oferecidas a combatentes jihadistas, ou a simpatizantes do EI.

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"Muitas dessas escravas sexuais são meninas, garotas de 14, 15 anos, ou até mais jovens", afirma Donatella Rovera, da Anistia Internacional, que conversou com mais de 40 ex-reféns no Iraque.

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Uma delas, Jilan, de 19 anos, suicidou-se por medo de ser violentada, segundo relato do irmão da jovem coletado pela ONG.

"Um dia, eles nos deram roupas que pareciam vestidos de dança e nos disseram que devíamos nos lavar antes de nos vestirmos. Jilan se matou no banho", contou uma das meninas sequestradas junto com ela.

"Cortou os pulsos e se enforcou. Era muito bonita. Acho que ela sabia que um homem ia levá-la e se matou por isso", acrescentou a jovem.

Donatella Rovera alertou que "as consequências físicas e psicológicas do terrível sofrimento que essas mulheres suportaram são catastróficas".

Desvendando o Estado Islâmico

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