O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, ameaçou neste sábado expulsar o coordenador da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, por ter proposto sua ajuda na transferência de fundos catarianos a Gaza, segundo a TV israelense.
De acordo com o chanceler Lieberman, Serry tentou convencer a Autoridade Palestina de transferir 20 milhões de dólares desbloqueados pelo Qatar para resolver a crise de salários de funcionários do Hamas em Gaza e propôs em seguida e propôs depois da assistência direta da ONU.
Serry rechaçou neste sábado estas alegações e destacou em um comunicado que a Autoridade Palestina lhes falou "de maneira informal" sobre esta tema.
"A posição da ONU é clara, não haverá apoio (a esta transferência) sem acordo sem acordo de todas as partes interessadas, inclusive Israel", disse Serry no texto.
Mas segundo a TV, Lieberman (direita ultra-nacionalista) proporá no domingo, durante "reunião de urgência" do ministério, e que Serry seja declarado "persona non grata" em Israel.
O Qatar anunciou em 13 de junho que entregará 60 milhões de dólares (44 milhões de euros) ao novo governo de união palestino para que pague os salários dos funcionários do antigo executivo do governo do Hamas na Faixa de Gaza.
A Autoridade Palestina se negou, até agora, a pagar os salários dos funcionários do Hamas porque foram nomeados após a expulsão à força do Fatah, principal integrante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na Faixa de Gaza.
O ex-premier do Hamas em Gaza, Ismael Haniyeh, que se demitiu após a chegada ao poder do governo de unidade, em 2 de junho, solicitou assistência financeira ao emir do Qatar para poder pagar os funcionários.