Israel removeu os detectores de metal das entradas do complexo da mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, nesta terça-feira, substituindo-os por câmeras, na esperança de pôr fim a dias de tumultos e violência, mas os palestinos disseram que as novas medidas de segurança continuam inaceitáveis.
Israel instalou os detectores em pontos de acesso ao complexo depois que dois policiais foram mortos a tiros em 14 de julho, desencadeando os confrontos mais violentos entre israelenses e palestinos em anos.
O aumento nas tensões e as mortes de três israelenses e quatro palestinos em episódios de violência na sexta-feira e no sábado provocaram preocupação em todo o mundo e deram ensejo a uma sessão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na qual se estudaram maneiras de resolver a crise.
O primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, e o clérigo muçulmano veterano que supervisiona o complexo de Al-Aqsa rejeitaram as novas medidas israelenses e exigiram que todas sejam retiradas.
"Rejeitamos todos os obstáculos que restrinjam a liberdade de culto e exigimos a volta da situação em que as coisas estavam antes de 14 de julho", disse Hamdallah em seu gabinete em Ramallah, na Cisjordânia ocupada pelo Estado judeu.
O Waqf, organismo religioso que administra as instalações islâmicas no complexo de Al-Aqsa, disse que os fiéis irão continuar a manter distância da praça elevada de mármore e rocha e orar nas ruas do lado de fora.
Um porta-voz do Waqf disse estar esperando uma decisão de um comitê técnico, mas que exige que a situação volte ao que era antes de 14 de julho, quando os detectores de metal foram instalados.
O gabinete de segurança de ministros de alto escalão do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, votou a favor da retirada dos portões com detectores de metal no início desta terça-feira, após uma reunião que durou várias horas.
Em visita ao Parlamento israelense, David Friedman, embaixador dos Estados Unidos em Israel, disse que Washington conversou com Israel e com a Jordânia para resolver a crise.
A disputa, como muitas na Terra Santa, trata de muito mais do que aparatos de segurança, envolvendo questões de soberania, liberdade religiosa, ocupação e nacionalismo palestino.
A Cidade Velha é parte de Jerusalém Oriental, que Israel capturou da Jordânia na Guerra dos Seis Dias de 1967 e mais tarde anexou, declarando-a como "capital eterna e inseparável", uma medida que não foi reconhecida internacionalmente.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado que almejam formar.