Autoridades do Hamas na Faixa de Gaza impediram neste domingo um grupo de crianças palestinas que perderam os pais na guerra de julho a agosto com Israel de fazer uma rara visita benevolente ao Estado judeu, disseram os organizadores da viagem.
O Ministério do Interior de Gaza, controlado pelo Hamas, citou o itinerário "suspeito" das crianças, confirmando que elas foram impedidas de atravessar a fronteira.
Ativistas pela paz israelenses disseram que tinham obtido permissão de militares para admitir as 37 crianças e cinco adultos acompanhantes para uma tour de uma semana em Israel e na Cisjordânia ocupada, sede do governo do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Yoel Marshak, ativista citado na autorização, disse que o grupo incluía filhos de combatentes do Hamas mortos na guerra de 50 dias, que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, custou mais de 2.100 vidas de palestinos, a maioria deles não-combatentes. Israel disse ter registrado 67 mortes de soldados e 6 de civis.
Durante a sua visita, disse Marshak, as crianças teriam percorrido cidades árabes em Israel, bem como áreas do sul que estavam sob ameaça de foguetes de Gaza. Eles também tinham no programa assistir a uma performance de uma banda árabe-judaica e visitar uma escola de raça mista, a praia de Tel Aviv e um safári nas proximidades.
A programação também incluía uma reunião com Abbas em Ramallah.
Visitas benevolentes a Israel a partir de Gaza são raras dada a hostilidade permanente com o islâmico Hamas, embora pacientes palestinos do enclave sejam regularmente admitidos para tratamentos médicos urgentes.