O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quinta-feira que seu país "negociará com Satã", em referência aos EUA, e negou que a imposição de sanções internacionais tenha sido o que levou Teerã à mesa do diálogo nuclear.
"Os inimigos pensam que impondo o embargo forçaram o Irã a negociar. Mas nós já tínhamos manifestado nossa disponibilidade para negociar com Satã em determinados assuntos se fosse necessário", disse diante de centenas de pessoas na mesquita Imame Jomeiní, na cidade santa de Qom, informou a agência oficial iraniana Irna.
O líder máximo religioso e o político da República Islâmica considera que uma das "bênçãos" das negociações nucleares com o grupo G5+1 (China, Rússia, EUA, França e Reino Unido, além da Alemanha) foi que a hostilidade dos EUA com o Irã e o islã "ficou clara para todos".
Khamenei acusou ainda os Estados Unidos de serem "os maiores violadores de direitos humanos do mundo".
"Todo o mundo pode falar de direitos humanos, exceto os americanos. O governo dos EUA é o maior violador de direitos humanos do mundo. Uma das promessas (do presidente Barack Obama) era fechar a prisão de Guantánamo. Está fechada?", questionou o líder religioso em seu site oficial.
O líder também se referiu a Israel, ao dizer que "o regime sionista" está fazendo a maldade e cometendo crimes contra os palestinos "com o apoio dos EUA".
O discurso de Khamenei se enquadra nas comemorações pelas manifestações contra o xá Mohammad Reza Pahlavi de 9 de janeiro de 1978, um ano antes de ser expulso ao exílio pela Revolução Islâmica que levou ao poder o antecessor de Khamenei e fundador da República Islâmica do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini.