O partido que apoia a etnia curda na Turquia descreveu um ataque do Estado Islâmico na cidade de Kobani, do lado sírio da fronteira, como um massacre, e o atribuiu ao apoio do Estado turco aos militantes, comentários que vão acirrar as tensões em Ancara em meio a tentativas de formação de um governo.
Combatentes do Estado Islâmico lançaram ataques simultâneos contra o governo sírio e a milícia curda durante a noite, com pelo menos um carro-bomba detonado em uma área perto do cruzamento da fronteira com a Turquia. Representantes de um hospital disseram que pelo menos 15 pessoas morreram e 70 ficaram feridas.
“O governo turco tem apoiado o Estado Islâmico há anos. O massacre de hoje é parte desse apoio”, disse Figen Yuksekdag, co-líder do Partido Democrático dos Povos (HDP, na sigla local).
O HDP, pró-curdo, entrou no Parlamento pela primeira fez após conseguir 10 por cento dos votos nas eleições de 7 de junho.
Seu sucesso ajudou a evitar que o partido governista AK, fundado pelo presidente Tayyip Erdogan, obtivesse uma maioria parlamentar pela primeira vez em mais de uma década. O AK agora precisa encontrar um parceiro para formar uma coalizão.
Erdogan, que tem acusado o HDP de ligações com militantes curdos, furiosamente rejeitou as acusações, afirmando que o partido foi manipulado por “lobbies internacionais” e pelo governo do presidente da Síria, Bashar Assad.