Massacre na fronteira com a Síria reflete apoio da Turquia ao Estado Islâmico, diz partido

25 jun 2015 - 19h59

O partido que apoia a etnia curda na Turquia descreveu um ataque do Estado Islâmico na cidade de Kobani, do lado sírio da fronteira, como um massacre, e o atribuiu ao apoio do Estado turco aos militantes, comentários que vão acirrar as tensões em Ancara em meio a tentativas de formação de um governo.

Sírios curdos de Kobani aguardam atrás de cerca para cruzar fronteira com Turquia.  25/6/2015.
Sírios curdos de Kobani aguardam atrás de cerca para cruzar fronteira com Turquia. 25/6/2015.
Foto: Murad Sezer / Reuters

Combatentes do Estado Islâmico lançaram ataques simultâneos contra o governo sírio e a milícia curda durante a noite, com pelo menos um carro-bomba detonado em uma área perto do cruzamento da fronteira com a Turquia. Representantes de um hospital disseram que pelo menos 15 pessoas morreram e 70 ficaram feridas. 

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“O governo turco tem apoiado o Estado Islâmico há anos. O massacre de hoje é parte desse apoio”, disse Figen Yuksekdag, co-líder do Partido Democrático dos Povos (HDP, na sigla local). 

O HDP, pró-curdo, entrou no Parlamento pela primeira fez após conseguir 10 por cento dos votos nas eleições de 7 de junho. 

Seu sucesso ajudou a evitar que o partido governista AK, fundado pelo presidente Tayyip Erdogan, obtivesse uma maioria parlamentar pela primeira vez em mais de uma década. O AK agora precisa encontrar um parceiro para formar uma coalizão. 

Erdogan, que tem acusado o HDP de ligações com militantes curdos, furiosamente rejeitou as acusações, afirmando que o partido foi manipulado por “lobbies internacionais” e pelo governo do presidente da Síria, Bashar Assad.

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