Netanyahu garante maioria para formar governo em Israel

Corrida pelas pastas foi lançada praticamente no dia seguinte às eleições

23 mar 2015 - 14h12
(atualizado às 14h45)
Premiê israelense, Benjamin Netanyahu em Jerusalém. 8/3/2015
Premiê israelense, Benjamin Netanyahu em Jerusalém. 8/3/2015
Foto: Gali Tibbon / Reuters

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deverá ser chamado esta semana para formar o próximo governo israelense após conseguir assegurar a maioria de direita, entre os 120 deputados do novo Parlamento.

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Pelo menos 67 parlamentares dos 120 deputados manifestaram apoio ao atual primeiro-ministro ante o presidente do país, Reuven Rivlin, para que receba a missão de formar o novo Executivo, anunciou o porta-voz da presidência Jason Pearlman.

O presidente receberá na quarta-feira à noite o primeiro-ministro Netanyahu, no cargo desde 2009, para solicitar formalmente a formação do governo, segundo Pearlman.

O primeiro-ministro de 65 anos surpreendeu todas as pesquisas ao vencer seu adversário trabalhista Isaac Herzog nas eleições de 17 de março.

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No sistema político israelense, o presidente deve consultar os diferentes partidos representados na Knesset para decidir quem tem mais chances de formar um governo de coalizão.

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Rivlin realizou suas consultas no domingo e nesta segunda-feira.

A partir do momento que for designado, Netanyahu terá 28 dias, renováveis por mais 14 dias, para formar um governo. A corrida pelas pastas foi lançada praticamente no dia seguinte às eleições.

Se, como é provável, o governo for formado pela maioria parlamentar que apoia Netanyahu, será claramente mais à direita do que precedente.

Netanyahu recebeu o apoio dos deputados de seu partido (Likud), de dois partidos nacionalistas (Lar Judeu e Israel Beiteinu), de dois partidos ultraortodoxas (Shass e Judaísmo Unificado da Torah) e do partido de centro-direita Kulanu.

Os ultraortodoxos devem retornar ao governo depois de serem excluídos em 2013. Em contraste, as formações centristas de Tzipi Livni e de Yair Lapid devem sair.

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Livni e Lapid foram demitidos em dezembro por Netanyahu, justificando a indisciplina de seu governo. A partida da dupla conduziu, mais de dois anos antes do prazo de 2017, às eleições legislativas antecipadas.

O presidente israelense contava com um governo de unidade nacional para enfrentar as pressões externas e os desafios internos e para acabar com a instabilidade governamental crônica. Mas os resultados das eleições contrariam tal projeto.

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Primeiro-ministro desde 2009, Netanyahu irá formar seu governo em um contexto complicado.

A campanha eleitoral deteriorou ainda mais as relações entre ele e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O governo americano foi contrariado por Netanyahu, que discursou em 3 de março perante o Congresso contra o acordo em curso de negociações sobre a questão nuclear iraniana.

A administração Obama também declarou que reavaliará o seu apoio a Israel nas Nações Unidas, após as declarações de Netanyahu durante a campanha enterrado a ideia de um Estado palestino coexistindo com Israel, caso ele se mantivesse como primeiro-ministro.

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Desde então, Netanyahu lidera uma ofensiva diplomática para tentar abafar seus comentários.

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A liderança palestina, por sua vez, pretende apresentar em 1º de abril as primeiras acusações de crimes de guerra contra os líderes israelenses do Tribunal Penal Internacional, enquanto o processo de paz está paralisado há quase um ano.

De acordo com vários especialistas, as atuais pressões por parte do governo americano teriam como objetivo influenciar a formação do novo governo israelense.

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