A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje (8) que o Estado Islâmico (EI, ex-Isis) teria executado cerca de 700 crianças no Iraque desde o início do ano.
"Sabemos que 700 crianças foram mortas ou mutiladas no Iraque desde o início do ano, inclusive em execuções sumárias, pelo EI", disse Leila Zerrougui, representante especial da ONU para os Menores em Conflitos Armados, em uma intervenção no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Estou profundamente preocupada com os recentes ataques do EI contra minorias, como mulheres e crianças, na zona de controle do grupo na Síria e no Iraque", ressaltou Zerrougui, contando estar "horrorizada com o total desprezo pela vida humana".
Segundo a representante da ONU, os extremistas do EI recrutaram meninos de 13 anos como soldados e exploram outras crianças como suicidas. Nesta segunda-feira, o jornal The New York Times publicou que o presidente norte-americano, Barack Obama, está preparando uma ação contra o EI na Síria e no Iraque composta por três fases. A operação poderia durar ao menos três anos. A primeira fase se refere aos bombardeiros aéreos, que já estão ocorrendo.
Até agora, as forças dos EUA lançaram 145 bombas contra alvos do EI no Iraque, como maneira de auxiliar o Exército local. Já a segunda etapa da ação deve ser implementada após formação do novo governo de Bagdá, ainda nesta semana. O foco será o treinamento e fornecimento de equipamentos necessários às forças iraquianas, aos cursos e aos grupos sunitas. A fase final é a destruição total do EI na Síria, o que pode ocorrer somente na gestão do próximo presidente dos EUA.
Por sua vez, o grão-mufti do Egito, Chawki Allam, disse que as ações do Estado Islâmico "não têm nada a ver com o Islã ou outra religião", em uma mais uma crítica contra o grupo. O EI, que antes usava o nome Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis), ganhou notoriedade nos últimos meses ao adotar técnicas extremas, como sequestros, decapitações e estupros, para estabelecer um califado sunita. Novas frentes - A imprensa síria informou hoje que foi criada uma frente armada comum de rebeldes contrários ao governo de Bashar al-Assad e ao Estado Islâmico. O grupo teria sido formado nas últimas noras no nordeste do país, com o nome de "Frente dos Revolucionários da Síria", sob liderança de Jamal Maarouf.