Palestinos recorrerão à Corte de Haia por crise em Gaza

Ministro palestino disse neste sábado que Corte Internacional deve investigar possíveis crimes de guerra cometidos por Israel

9 ago 2014 - 17h16
(atualizado às 17h18)
Novas explosões em Gaza após trégua de 72 horas já mataram centenas de pessoas
Novas explosões em Gaza após trégua de 72 horas já mataram centenas de pessoas
Foto: Amir Cohen / Reuters

O ministro palestino das Relações Exteriores, Ryad al-Malki, disse neste sábado em Bogotá que seu governo recorrerá em breve à Corte Penal Internacional (CPI) para que sejam investigados possíveis crimes de guerra cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

"Recorreremos à CPI e poremos nossa assinatura. Seremos um Estado-membro muito em breve. Isso é suficiente para que a Corte comece uma investigação oficial", disse Al-Malki em espanhol à AFP, durante uma visita à Colômbia.

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O chanceler assistiu à posse pelo segundo mandato do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na última quinta-feira.

"Antes de vir aqui, estive em Haia e pedi à CPI que intervenha para começar uma investigação oficial e ver se o que Israel fez nos últimos 33 dias chega ao nível de crimes de guerra", explicou Al-Malki na entrevista coletiva em Bogotá.

Na última terça-feira, Al-Malki se reuniu em Haia com a procuradora da CPI, Fatu Bensuda, para discutir as condições de acesso ao status de Estado-membro desse tribunal. O objetivo é abrir uma investigação formal sobre o conflito palestino-israelense.

Na mesma coletiva, o chanceler palestino se mostrou confiante de que a Colômbia, que ainda não reconhece a existência de um Estado palestino, faça isso no segundo mandato de Santos (2014-2018).

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Em uma reunião antes da posse, Santos "não descartou a possibilidade", destacou Al-Malki. "Não fechou a porta. Ele a deixou a aberta e, para mim, é um convite para continuar insistindo para que reconsiderem a posição da Colômbia", alegou.

O ministro disse ainda que, além da situação na Faixa de Gaza, os palestinos estão dispostos a continuar as negociações de paz com Israel.

"A melhor forma de acabar com a ocupação é por meio de negociações políticas diretas entre nós e os israelenses. Esperamos que, depois de suspender o bloqueio e de poder entrar todo tipo de ajuda humanitária (...), a comunidade internacional tome a iniciativa de tentar resolver o conflito", comentou.

Negociações retornam neste domingo no Egito

As negociações para um cessar-fogo duradouro na Faixa de Gaza devem ser retomadas neste domingo no Cairo, onde uma delegação israelense é esperada - declarou neste sábado à noite (horário local) uma autoridade palestina.

Soldado israelense olha território de Gaza durante conflitos
Foto: Amir Cohen / Reuters

Na sexta-feira, o movimento islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, rejeitou a prorrogação da trégua de três dias, acusando Israel de se recusar a avançar nas discussões sobre o fim do bloqueio do território.

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A fonte palestina consultada pela AFP, um dos negociadores no Cairo, não descartou a possibilidade de que um novo cessar-fogo provisório seja anunciado antes da reunião de domingo.

Desde a retomada das hostilidades na sexta de manhã, os combatentes palestinos lançaram dezenas de foguetes contra Israel, que atingiu, em resposta, mais de 100 alvos de alvos na Faixa de Gaza.

Israel X Hamas: compare o poder bélico

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