O Parlamento da Turquia votou nesta quarta-feira contra o envio a julgamento de quatro ex-ministros acusados de irregularidades em uma investigação de corrupção, dando uma boa notícia ao presidente Tayyip Erdogan, que tinha classificado o escândalo como um complô para minar o seu governo.
A oposição e um órgão de investigação da corrupção definiram o resultado da votação como mais um sinal de deterioração do respeito pelo estado de direito na Turquia, país que é candidato a ingressar na União Europeia. O caso de corrupção envolvendo o círculo próximo de Erdogan se tornou público no final de 2013.
"O Parlamento tem sido seriamente ofuscado. Nós nos sentimos desconfortáveis com isso. O Parlamento poderia ter removido essa mancha", disse a jornalistas Kemal Kilicdaroglu, líder do principal partido oposicionista, o Republicano do Povo (CHP) após a votação.
O resultado, já esperado uma vez que o governista Partido AK detém uma grande maioria parlamentar, encerra um dos últimos meios legais na apuração do caso. Processos judiciais anteriores já foram arquivados.
A decisão também livra o partido governista de uma dor de cabeça faltando poucos meses para a eleição parlamentar, em junho, que será crucial para a ambição de Erdogan de aumentar os poderes da Presidência.
(Reportagem adicional de Humeyra Pamuk em Istambul)