Pela 1ª vez, Irã informa AIEA sobre seu programa nuclear

País não só forneceu informações e explicações, como também mostrou a Agência Internacional de Energia Atômica documentos para justificar as necessidades e a aplicação de seu programa

23 mai 2014 - 14h33
(atualizado às 14h43)
<p>Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica e técnicos iranianos examinam usina nuclear de Natanz, a cerca de 300 quilômetros ao sul de Teerã, em 20 de janeiro</p>
Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica e técnicos iranianos examinam usina nuclear de Natanz, a cerca de 300 quilômetros ao sul de Teerã, em 20 de janeiro
Foto: AFP

O Irã proporcionou pela primeira vez informações desde 2008 sobre uma "possível dimensão militar" de seu programa nuclear, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consultado nesta sexta-feira pela AFP.

Teerã forneceu à AIEA informações sobre testes "para uma aplicação civil" de detonadores que podem ser utilizados para uma bomba atômica, segundo um relatório trimestral da agência especializada da ONU.

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Em reuniões técnicas no final de abril e início desta semana, o Irã forneceu "informações e explicações e, inclusive, mostrou documentos para justificar suas necessidades e aplicação dos detonadores EBW (Exploding Bridge Wire o Detonadores Bridge Wire)", explicou o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano.

"É a primeira vez, desde 2008, que o Irã procedeu a um intercâmbio técnico com a agência sobre este ou qualquer outro tema em relação com a possível dimensão militar do programa nuclear iraniano", acrescentou Amano.

O Irã nega as acusações de países ocidentais de que esteja tentando desenvolver a capacidade de construir armas nucleares.

A atualização mensal do relatório pela AIEA, que tem papel crucial na verificação do cumprimento pelo Irã de sua parte no acordo firmado em novembro, deixou claro que até o momento o país tem posto em prática as medidas acordadas para limitar seu programa nuclear.

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Como resultado, o Irã está gradualmente ganhando acesso a alguns dos seus recursos no exterior que estavam bloqueados, como parte do acordo interino firmado com os Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha, Grã-Bretanha e China, em novembro.

O relatório da AIEA mostrou que o Irã, desde janeiro, agiu para reduzir seu estoque de gás de urânio altamente enriquecido - uma etapa técnica que está bem próxima do material propício para armas - em mais de 80 por cento.

Com informações da AFP e Reuters.

Fonte: Terra
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