Uma recente pesquisa realizada pelo Centro Árabe de Pesquisa e Estudos Políticos, com sede em Doha, mostrou que 85% dos cidadãos árabes são contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
A pesquisa foi feita com 5,1 mil entrevistas telefônicas no Líbano, Jordânia, Iraque, Tunísia, Palestina, Egito, Arábia Saudita, assim como entre os refugiados sírios na Turquia, Líbano e Jordânia.
"Esta pesquisa tinha que ser realizada porque afeta direta e indiretamente a vida de milhões de árabes, pela conjuntura da região, e é muito importante porque reflete a opinião do povo árabe sobre esta situação", explicou o coordenador do projeto, Mohammed Almasri.
A pesquisa, realizada em Doha e apresentada nesta semana em Washington, revela também que 11% dos indagados têm uma percepção positiva do EI.
Entre eles, 13% têm esta imagem pelos princípios islâmicos que manifestam e 55% por suas conquistas militares, sua preparação para desafiar o Ocidente, sua oposição aos regimes da Síria, Iraque e do Irã ou por seu apoio à comunidade sunita na região.
Dos indagados no Iraque, 90% rejeitam o grupo, enquanto 8% o apoiam. A porcentagem propícia ao EI até 13% de aprovação entre os refugiados sírios, que rejeitam o grupo radical em 83% dos casos indagados.
Além disso, a pesquisa revela que 37% se mostraram contrários aos ataques aéreos contra as posições do EI realizados pela coalizão internacional, enquanto 59% os apoiam, embora só 22% do total dos indagados acreditem que conseguirão seus objetivos. No entanto, 45% se declararam "totalmente" contra o deslocamento de forças terrestres.
Dos países indagados, o Líbano é o que brinda um maior apoio à coalizão, 76%, enquanto a Arábia Saudita se encontra no extremo oposto com 50% de nível de aprovação. No Iraque, três em cada quatro cidadãos são partidários dos ataques e, no caso dos refugiados sírios, este índice baixa para 58%.
Embora a maior parte aprove as ações realizadas pela coalizão, 73% têm uma opinião "negativa" da política externa dos EUA na região, "pelo apoio econômico a Israel e porque não estão fazendo nada para ajudar os sírios para derrubar o presidente sírio Bashar al-Assad", disse Almasri.
O EI lançou em junho passado uma ofensiva relâmpago no Iraque, onde conquistou amplas zonas do norte e do centro, e proclamou no final desse mesmo mês um califado no território iraquiano e sírio sob seu domínio.
Na quinta-feira, o EI emitiu uma gravação atribuída a seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, na qual anunciou a expansão do califado aos países do Golfo Pérsico e ao norte da África, onde outras organizações radicais lhe juraram lealdade.