Polícia israelense e palestinos se enfrentam em Jerusalém

Esplanada das Mesquitas foi palco de confrontos nesta quarta-feira com protestos de palestinos

24 set 2014 - 10h20
Palestinos protestaram contra presença de judeus em local sagrado por ocasião do Ano Novo judeu
Palestinos protestaram contra presença de judeus em local sagrado por ocasião do Ano Novo judeu
Foto: Ronen Zvulun / Reuters

Forças de ordem israelenses se enfrentaram nesta quarta-feira na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém com dezenas de palestinos que protestavam contra a presença de visitantes judeus neste local sagrado por ocasião do Ano Novo judeu, indicou a polícia israelense.

A polícia fechou os acessos à Esplanada, enquanto era possível ouvir bombas de efeito moral lançadas nas ruas adjacentes da Cidade Velha de Jerusalém, constatou um jornalista da AFP.

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Os manifestantes palestinos lançaram pedras, rojões e coquetéis Molotov contra os membros das forças de segurança israelenses, ferindo vários deles, segundo a polícia, que não forneceu mais detalhes.

"As forças de ordem entraram no 'Monte do Templo' (nome dado pelos israelenses à Esplanada das Mesquitas), expulsou os manifestantes do interior da mesquita Al-Aqsa e fechou o acesso à esplanada colocando barreiras", indicou em um comunicado a polícia.

Os distúrbios começaram depois que visitantes judeus foram autorizados a visitar a Esplanada das Mesquitas por ocasião do Ano Novo judeu, cujas celebrações começam nesta quarta-feira.

Dois deles foram detidos por violar uma ordem que impede os judeus de rezar neste lugar, terceiro lugar santo do Islã e igualmente sagrado para os judeus.

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Israel autoriza os judeus a visitar em certas ocasiões e sob uma vigilância rígida este local, mas não permite que rezem para evitar provocações.

A Esplanada encontra-se em um local elevado, enquanto abaixo está o Muro das Lamentações, um vestígio do segundo Templo Judeu, visitado diariamente pelos judeus.

As tensões em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel em 1967, se agravaram nos últimos meses, coincidindo com a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Os confrontos ocorrem quase diariamente e a polícia anunciou ter detido 762 palestinos desde 2 de julho. Deste total, 250 foram acusados de alteração da ordem pública.

Reunião no Cairo retorna para negociações de paz

Facções palestinas se reuniram no Cairo nesta quarta-feira para iniciar dois dias de negociações com o objetivo de resolver um impasse que ameaça as negociações mediadas pelo Egito para transformar o cessar-fogo em Gaza em uma trégua duradoura.

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As diferenças entre o movimento islamita Hamas e a facção Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas, estão relacionadas a diversas questões-chave, incluindo o controle de Gaza. O desacordo pode prejudicar um acordo mais amplo com Israel.

O cessar-fogo alcançado no mês passado entre Israel e os palestinos para encerrar o conflito em Gaza inclui uma exigência para que a Autoridade Palestina, liderada por Abbas, assuma a administração civil de Gaza das mãos do Hamas.

Mas uma disputa sobre o não pagamento de salários pela Autoridade Palestina a funcionários do setor público de Gaza elevou as tensões entre as duas principais facções palestinas, aumentando o risco de um retorno ao conflito.

Sakher Bseiso, membro do comitê central do Fatah nas conversas, disse à Reuters que as negociações entre Fatah e Hamas incluem temas como segurança, eleições e o governo da Faixa de Gaza.

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"As conversas no Cairo vão discutir a permissão ao governo de unidade para assumir seu papel na Faixa de Gaza e (conduzir) relações bilaterais entre os dois movimentos", afirmou.

Moussa Abu Marzouk, vice-presidente do braço político do Hamas, escreveu em sua página no Facebook sobre o "diálogo palestino-palestino", afirmando: "A coisa mais importante de que esse diálogo precisa é de boas intenções, confiança mútua e responsabilidade nacional... e comprometimento com o que foi acertado até agora".

Israelenses e palestinos decidiram na terça-feira retomar as conversas no próximo mês sobre a consolidação do cessar-fogo em Gaza, permitindo mais tempo às facções palestinas para resolverem suas divisões.

Com informações da Reuters e AFP. 

Faixa de Gaza: entenda o conflito

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