Quarenta crianças morrem após ataque jihadista no Iraque

Os menores fazem parte de minoria curda; outras 25 mil estão refugiadas em montanhas sem água e saneamento

5 ago 2014 - 11h26
(atualizado às 11h26)
Crianças de minoria yazidi são diretamente afetadas por violência de ataques jihadistas no Iraque
Crianças de minoria yazidi são diretamente afetadas por violência de ataques jihadistas no Iraque
Foto: Ari Jala / Reuters

Quarenta crianças morreram depois de um ataque jihadista na região de Sinkhar, no norte do Iraque, indicou nesta terça-feira a Unicef. 

"De acordo com informações oficiais recebidas pelo Unicef, estas crianças fazem parte da minoria yazidi e morreram como resultado direto da violência, do deslocamento e de desidratação nos últimos dois dias", informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

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No domingo, combatentes do grupo ultrarradical do Estado Islâmico (EI) assumiram o controle da cidade de Sinkhar, até então sob controle curdo. Localizada entre a fronteira síria e Mossul, a cidade é um dos redutos históricos dos yazidis, uma minoria de língua curda adepta de uma religião pré-islâmica ligada ao zoroastrismo.

Os yazidis consideram o Demônio como o líder dos anjos e ao qual eles representam com o pavão, fato pelo qual é atribuída frequentemente ao grupo a designação de "adoradores do Diabo".

Antes do ataque de domingo, a cidade de Sinkhar também acolhia dezenas de milhares de refugiados que fugiram diante do avanço dos insurgentes sunitas na região nas últimas semanas. 

O ataque jihadista forçou dezenas de milhares de pessoas a fugir, incluindo para áreas montanhosas, sem alimentos.

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"As famílias que fugiram da área necessitam de assistência emergencial, (...), em particular de água e saneamento, principalmente as 25 mil crianças agora presas nas montanhas", indicou a Unicef.

Fotos publicadas na internet por membros da comunidade yazidi mostram pequenos grupos de pessoas reunidas nas laterais de cavernas de um desfiladeiro íngreme.

Os defensores dos direitos dos yazidis e líderes desta comunidade consideraram que a existência desta pequena comunidade de língua curda em sua terra ancestral estava agora em perigo.

Foto: Arte Terra

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