Quatro homens afegãos foram condenados à morte pelo linchamento de uma mulher acusada de queimar o Corão - um caso que causou protestos no país e ganhou manchetes no mundo inteiro.
O julgamento durou quatro dias. Mais oito homens foram condenados a 16 anos de prisão e, outros 18, inocentados.
Segundo testemunhas, a vítima, conhecida apenas como Farkhunda, de 28 anos, não queimou o livro sagrado do islamismo, com tinha sido alegado por seus agressores.
Afegãos são condenados à morte por linchamento de mulher
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Ela foi morta em 19 de março por um grupo formado, em sua maioria, por homens. Eles a espancaram com paus e pedras; ela foi atropelada e arrastada por um carro. Depois, seu corpo foi incendiado.
O ataque à mulher, assim como a falta de intervenção policial, foram duramente criticados e provocaram protestos na época.
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Julgamento durou quatro dias
Dezenove policiais acusados de falhar em seu dever de impedir o ataque estão sendo julgados; o veredicto deve ser anunciado no domingo.
Farkhunda havia discutido com um mulá, ou mestre religioso, sobre sua prática de venda de encantos para as mulheres no conhecido santuário Shah-Du-Shamshaira, perto do palácio presidencial e do principal bazar de Cabul.
No decorrer da discussão, ela foi acusada de queimar o Corão e uma multidão a atacou.
Em declarações de confissão lidas em tribunal, alguns dos acusados admitiram que foram atraídos para o ataque devido às acusações. Um investigador oficial disse que não há evidências de que ela queimou o Corão.
O governo afegão vinha sendo acusado de fazer pouco para garantir direitos básicos de mulheres.
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GUATEMALA: Apontada como o país que possui o maior número de registro de casos, a Guatemala é, hoje, considerada a 5ª nação mais violenta do mundo, segundo a ONU.
Foto: AFP
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ARGENTINA: Desde meados de março, os argentinos têm passado por uma onda de linchamentos que divide a opinião da população. Cerca de 30% das pessoas que moram em Buenos Aires apoiam a atitude de "justiceiros".
Foto: Reprodução Twitter
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BRASIL: Segundo o sociólogo José de Souza Martins, o país passou por um aumento no número de linchamentos depois das manifestações que começaram em junho de 2013. No RJ, um menor acusado de assalto foi preso a um poste e causou polêmica nacional.
Foto: Reprodução Facebook
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EGITO: O número de casos de linchamentos no país ainda é baixo, no entanto, há temores de que a prática possa aumentar. Afinal, existem partidos islâmicos que defendem a formação de grupos de vigilantes civis, que agiriam ao lado das forças de segurança nacional, condenando sem o consentimento judicial.
Foto: AFP
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BOLÍVIA: Com o registro de 190 mortes por linchamento no período entre os anos de 2005 e 2013, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para a Guatemala.
Foto: AFP
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HAITI: Segundo estatísticas da Polícia da ONU (UNPOL), a prática do linchamento é generalizada no Haiti e o número de casos conhecidos aumentou de 90 para 121 entre os anos de 2009 e 2012.
Foto: AFP
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ISRAEL: No país do Oriente Médio, o número de linchamentos registrado é relativamente pequeno. Geralmente, quando acontece, a justiça com as próprias mãos acontece contra palestinos.
Foto: AFP
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LÍBANO: A cidade de Ketermaya ficou conhecida mundialmente em 2010 como o palco do episódio em que um egípcio suspeito de homicídio foi linchado e pendurado em um poste. No país, a prática não possui números significativos.
Foto: AFP
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MÉXICO: Assim como os argentinos eram até o fim do ano passado, os mexicanos não costumam aderir à prática do linchamento. Alguns casos aconteceram, mas são pontuais. Na imagem, uma mulher sobreviveu a um linchamento, após atuação da polícia.
Foto: AFP
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PERU: Em Ilave, região próxima à Bolívia, a população linchou o prefeito da cidade, Cirilo Fernando Robles Callomamani, em plena praça pública. Sobre o cadáver, deixaram um bilhete que dizia "Assim morrem os corruptos".
Foto: AFP
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QUÊNIA: No país africano, a prática de linchamentos é comum e já deixou diversos mortos. Em 2008, pelo menos 11 pessoas foram linchadas sob a acusação de bruxaria, a maioria delas eram mulheres e idosas.
Foto: AFP
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