Réu, filho de Kadafi participa de audiência por teleconferência

27 abr 2014 - 17h39

Seif el Islam el Kadafi, filho do ditador Muammar Kadafi, compareceu neste domingo à uma audiência da Justiça líbia através de um circuito fechado de televisão e sem advogado para responder pelos supostos crimes cometidos durante o levante popular de 2011 que acabou com o regime de seu pai.

"Aqui estou, presente de todas as formas", disse Seif el Islam ao juiz pelaa tela na qual aparecia sozinho e vestido com um uniforme de presidiário.

Publicidade

A sessão, realizada neste domingo em Trípoli, foi a primeira, na qual o juiz leu as acusações contra Seif el Islam e outros 36 responsáveis do antigo regime, supostamente envolvidos na morte de vários civis durante os primeiros momentos da revolução que durou de fevereiro a outubro de 2011.

Na sala na prisão de Hadaba estavam 22 dos acusados, entre eles o ex-chefe dos serviços secretos Abdullah al Sanusi, o último primeiro-ministro do regime de Kadafi, Al Bagadi al Mahmudi e o ex-presidente do parlamento, Mahmoud al Zawi.

Além de Seif el Islam, preso na cidade de Zintan, a 150 quilômetros ao sudoeste de Trípoli, outros oito acusados, detidos em Misrata, a 200 quilômetros ao leste da capital, participaram da sessão através de videoconferência. Outros seis acusados estão sendo julgados à revelia.

Após ler cerca de 30 acusações contra os réus, o juiz fixou a próxima audiência para 11 de maio. Ele pediu que fosse designado um advogado para Seif el Islam, e que se permitisse o acesso à defesa aos documentos do processo.

Publicidade

Durante a audiência, Al Sanusi, que também não tem advogado, pediu que fosse designada uma equipe de defesa formada por advogados estrangeiros, pois, segundo ele, as circunstâncias de segurança no país impedem que um advogado nacional possa realizar seu trabalho.

Em um recente relatório, a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, revelou que vários advogados dos acusados tinham afirmado que a atual situação de insegurança no país impedia o cumprimento das garantias necessárias para a realização de um julgamento justo.

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações