O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou os Estados Unidos nesta quarta-feira de distorcer deliberadamente a sua posição sobre a Síria, depois que o presidente norte-americano, Barack Obama, criticou Moscou por contestar um projeto de resolução da ONU sobre o envio de ajuda à Síria.
Moscou disse que vetaria o projeto de resolução árabe-ocidental sobre o acesso de ajuda à Síria em sua forma atual, dizendo que estava "distante da realidade" e que só poderia considerar um texto livre de "acusações unilaterais" contra Damasco.
Falando em Washington na terça-feira, Obama afirmou a repórteres que seu governo disse aos "russos que eles não podem dizer que estão preocupados com o bem-estar do povo sírio quando há civis famintos".
O porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, rejeitou estas observações como "peremptórias" e injustas e disse que Moscou estava igualmente preocupado com a grave crise humanitária na Síria assim como Washington.
Lukashevich elogiou o acordo sobre um cessar-fogo que permitiu a entrega de ajuda humanitária e a retirada de civis da cidade síria de Homs, ressaltando o papel que os diplomatas russos tiveram neste esforço.
O porta-voz disse que Washington tinha todas as informações que precisava para entender isso e construir uma visão realista do que se passa no terreno na Síria, tanto na esfera humanitária como no processo de desarmamento.
"Nesse sentido, surge a pergunta - por que a posição russa sobre a Síria está sendo intencionalmente distorcida de um modo tão tendencioso?", disse ele.
Os EUA e o Ocidente acusam a Rússia de proteger o presidente sírio, Bashar al-Assad.