O governo da Síria acusou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de falta de "sinceridade, integridade e dependência", além de ter afirmado que o diplomata sul-coreano fracassou em respeitar os requisitos básicos exigidos para exercer o cargo.
Em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial "Sana", uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Síria afirmou que Ban prejudicou repetidamente a credibilidade e a objetividade da ONU, ao submetê-la à vontade de alguns países.
"Ban se transformou em parte dos problemas que o mundo atual atravessa, sem mostrar nenhum compromisso com a ética e os requisitos de sua missão", disse a fonte à "Sana".
As declarações foram uma reação às últimas ações do secretário-geral, que pediu no sábado que o Conselho de Segurança da ONU envie o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Ban se disse também "muito decepcionado" pela incapacidade do principal órgão de decisões da ONU não ter conseguido firmar um acordo para aprovar uma resolução que pedia um cessar-fogo e o fim de todos os bombardeios contra a cidade de Aleppo.
A fonte do Ministério das Relações Exteriores da Síria lamentou o fato de Ban ter deixado de lado, "de forma vergonhosa", um relatório especial sobre as violações de direitos de menores de idade no Iêmen cometidos pela Arábia Saudita, algo considerado como um "prejuízo indelével" à ONU.
Além disso, o secretário-geral foi criticado por "ter aceitado atuar de acordo com as políticas de alguns países em relação à Síria, o que lhe transforma em responsável legal e moral da situação", indica a nota publicada pela "Sana".
Para o governo sírio, Ban proporcionou cobertura política ao terrorismo "takfiri" (muçulmano radical), além de fazer declarações "sem fundamentos e sem provas". O diplomata também foi acusado de se envolver em propaganda que tem a Síria como alvo.