Os ministros das Relações Exteriores de Síria e Iraque se reuniram em Damasco nesta terça-feira para discutir maneiras de lidar com os grupos militantes, e a Síria disse esperar que Bagdá ajude a “romper o cerco” contra seu país, relatou a mídia estatal síria na véspera de uma cúpula árabe.
O governo de Bagdá, de liderança xiita, juntamente com o Irã e o grupo libanês Hezbollah, tem sido um aliado importante do presidente sírio, Bashar al-Assad. Milícias xiitas iraquianas lutaram do lado de Assad contra a insurgência encabeçada pelos sunitas.
As forças armadas do Iraque também são o principal parceiro da coalizão liderada pelos Estados Unidos, que bombardeia os militantes do Estado Islâmico no Iraque, mas Washington e seus aliados ocidentais repudiaram a ideia de cooperar diretamente com a Síria no mesmo conflito.
As discussões desta terça-feira “se concentraram na luta contra o terrorismo e nos perigos comuns que ameaçam nossos países”, afirmou a televisão estatal síria, citando uma coletiva de imprensa conjunta de seus ministros das Relações Exteriores no aeroporto de Damasco, sem especificar de quais grupos as discussões trataram.
O ministro iraquiano, Ibrahim al-Jaafari, que também se encontrou com Assad, é um dos funcionários mais graduados a visitar a Síria recentemente. Seu país tem atuado como intermediário para fornecer informações sobre os ataques aéreos chefiados pelos EUA contra o Estado Islâmico nos dois países.
“Tenho muita confiança que o doutor Ibrahim e nossos líderes irmãos do Iraque não pouparão esforços para romper o cerco que foi imposto à Síria”, afirmou o ministro sírio, Walid al-Moualem, parecendo se referir ao isolamento internacional de sua nação.
A visita de Jaafari antecede uma reunião da Liga Árabe no Egito no próximo final de semana. A cadeira da Síria está desocupada desde que o país foi suspenso em novembro de 2011, na esteira da repressão aos manifestantes pró-democracia.