Ao menos 31 pessoas morreram neste domingo (21) numa série de ataques a bomba em um subúrbio da capital síria, Damasco, informou a organização Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora o conflito no país árabe.
A agência estatal de notícias Sana divulgou informações iniciais sobre três explosões em um reduto do governo no bairro de Sayyida Zeinab, nas proximidades de uma das principais mesquitas xiitas, mas não mencionou o número de vítimas.
A organização extremista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do triplo atentado no subúrbio de Damasco. A agência Aamaq, afiliada ao grupo, informou que dois combatentes do EI detonaram um carro bomba antes de se explodirem. Moradores próximos ao local disseram que o templo xiita não foi atingido.
Em Homs, duas explosões de carros-bomba mataram dezenas no distrito de Zahraa, onde vivem muitos membros do governo do presidente Bashar al-Assad. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que o número de mortos é de pelo menos 57.
Homs foi um dos primeiros focos da guerra civil contra Assad, iniciada há cinco anos. A maior parte da cidade foi retomada pelas tropas do regime de Damasco, através de combates e de retiradas negociadas com os insurgentes.
O local é alvo constante de ataques da organização extremista Estado Islâmico e da Frente al-Nusra, afiliada à Al Qaeda.
Cessar-fogo ameaçado
Na semana passada, um acordo entre diversos países que integram o chamado Grupo de Apoio à Síria – comandado pelos Estados Unidos e a Rússia – estabeleceu um cessar-fogo no país árabe e o envio de ajuda humanitária às cidades sitiadas.
Neste domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou, após conversa com o ministro russo do Interior, Sergei Lavrov, que um "acordo provisório" estabelecendo uma trégua temporária havia sido atingido.
"As modalidades para o fim das hostilidades estão sendo completadas", disse Kerry, confirmando que as partes envolvidas estariam mais próximas do que nunca de implementar um cessar-fogo.
Até o momento, porém, a trégua não conseguiu adesão, enquanto a Rússia continua os ataques aéreos aos rebeldes, e o regime de Assad, juntamente com milícias xiitas aliadas, mantém as ofensivas contra os rebeldes.
Assad disse que aceitaria o cessar-fogo desde que os "grupos terroristas" não procurassem tirar vantagem de uma pausa nos conflitos e que seus apoiadores internacionais não interferissem.