Sobreviventes de Hitler lançam ato contra genocídio em Gaza

Trata-se de uma reação ao anúncio publicado por outro sobrevivente do Holocausto, Elie Wiesel, que comparou o movimento palestino Hamas ao nazismo

24 ago 2014 - 12h34
(atualizado às 12h36)
<p>Palestino Abu Bilal (ao centro) carrega sua neta de 1 ano e meio, ao lado de diversos amigos e familiares, durante seu cortejo fúnebre para o cemitério local, na Cidade de Gaza, neste domingo, 24 de agosto. De acordo com testemunhas, ela foi morta quando um míssil atingiu seu bairro</p>
Palestino Abu Bilal (ao centro) carrega sua neta de 1 ano e meio, ao lado de diversos amigos e familiares, durante seu cortejo fúnebre para o cemitério local, na Cidade de Gaza, neste domingo, 24 de agosto. De acordo com testemunhas, ela foi morta quando um míssil atingiu seu bairro
Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP

Mais de 300 sobreviventes do Holocausto e seus descendentes lançaram uma nota condenando o que chamam de "genocídio" de Israel na Faixa de Gaza.

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A Rede Internacional Judaica Antissionista (Rija) publicou o manifesto como um anúncio pago no jornal americano The New York Times. 

A nota é uma reação ao anúncio publicado por outro sobrevivente da perseguição na Alemanha de Adolf Hitler, Elie Wiesel, que comparou o movimento palestino Hamas ao nazismo.

Mais de 2.000 pessoas já morreram na atual onda de violência na Faixa de Gaza, na sua maioria, civis palestinos.

Do lado israelense, são contabilizados 68 mortos, na maioria soldados.

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Neste domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a campanha militar contra militantes de Gaza não tem data para terminar e que seguirá até que os objetivos israelenses tenham sido atingidos.

Ano letivo

Netanyahu repetiu o seu alerta para que palestinos abandonem qualquer local onde haja atividade de militantes.

Os comentários foram feitos durante uma reunião de cúpula no domingo.

Ataques aéreos israelenses deixaram dois palestinos mortos e outros cinco feridos no domingo de manhã.

O primeiro-ministro israelense também afirmou que os ataques continuarão depois do início do ano letivo em Israel, em 1º de setembro.

Comunidades no sul do país tinham expressado temores pela segurança dos seus alunos.

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Na sexta-feira, um menino israelense de quatro anos foi morto próximo à fronteira com a Faixa de Gaza por fogo de morteiros.

O conflito na Faixa de Gaza vem provocando fortes reações nos Estados Unidos, com diversas manifestações pró e anti-Israel.

Boicote

O anúncio publicado no New York Times foi assinado por 40 sobreviventes do Holocausto e 287 descendentes e outros parentes. 

Eles fazem um apelo pela suspensão do bloqueio da Faixa de Gaza e por um boicote a Israel.

"Como sobreviventes e descendentes de sobreviventes judeus e vítimas do genocídio nazista, nós condenamos inequivocamente o massacre de palestinos em Gaza e a contínua ocupação e colonização da Palestina histórica", diz a nota.

A Rija, fundada em 2008, é uma pequena organização de esquerda altamente crítica a Israel.

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O governo israelense endureceu o bloqueio à Faixa de Gaza em 2007, depois que o Hamas, que defende a extinção de Israel, assumiu o poder no território, após derrotar os rivais do Fatah nas eleições de 2006.

O Egito, que considera o Hamas como inimigo, também mantém um bloqueio na fronteira sul da Faixa de Gaza.

Faixa de Gaza: entenda o conflito

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