Ao menos para um soldado, a operação militar que tenta reconquistar a cidade iraquiana de Mossul proporcionou um raro momento de alegria.
Saad, um militar que vivia em Mossul, não via sua mãe desde que forças do autoproclamado Estado Islâmico (EI) tomaram a cidade há cerca de dois anos.
Desde o dia 17 de outubro, uma força de ataque formada por 50 mil combatentes iraquianos, entre soldados do Exército, peshmerga (como são conhecidos os curdos iraquianos), tribos sunitas e milicianos xiitas - assistidos por aviões militares e consultores de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos - luta para conquistar Mossul.
Até 2014, antes de cair no domínio do EI, Mossul era um próspero polo político, econômico e cultural do noroeste do Iraque.
A cidade fica perto de ricos poços de petróleo e não muito longe de Síria e Turquia. Com uma importante rede de estradas, é um centro comercial chave na região.
Mossul se tornou uma fonte importante de receita para o EI, com impostos, trabalhos forçados e extorsões. Perder a cidade seria um enorme golpe para as finanças do grupo extremista.
Antiga cidade síria, também é patrimônio cultural no Iraque, rica em antiguidades e pontos históricos, muitos dos quais foram destruídos pelo Estado Islâmico.
Por tudo isso, Mossul é tida como último bastião do EI no Iraque.
Estima-se que a batalha pela cidade ainda possa durar semanas ou até meses.
Enquanto isso, cerca de 1,5 milhão de civis ainda estão na cidade. Porém, muitos têm conseguido escapar em meio aos combates e fugir para campos de refugiados.
Saad integra a força militar que tenta retomar Mossul. Na semana passada ele recebeu a informação que sua mãe poderia estar em um dos comboios de civis que tentavam deixar a cidade.
Ele iniciou então uma busca frenética em diversos ônibus até achar sua mãe. O reencontro deles foi registrado por uma equipe da BBC.
Com imagens de Kermanj Hoshyar e produção de Nafiseh Kohnavard.