O governo sueco reconheceu nesta quinta-feira por decreto o Estado da Palestina, o primeiro país ocidental da União Europeia (UE) a tomar esta decisão.
"Hoje, o governo toma a decisão de reconhecer o Estado da Palestina. É um passo importante que confirma o direito dos palestinos à autodeterminação", afirma a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, em um artigo publicado no jornal Dagens Nyheter.
"O governo considera que estão reunidos os critérios do direito internacional para um reconhecimento do Estado da Palestina: um território, mesmo sem fronteiras fixas, uma população e um governo", destaca o texto.
"Esperamos que isto mostre o caminho a outros", completa a ministra.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, "comemora a decisão da Suécia" e pede a outros países que sigam o exemplo, afirmou o porta-voz Nabil Abu Rudeina.
De acordo com uma contagem da AFP, pelo menos 112 países reconhecem o Estado da Palestina.
A Autoridade Palestina afirma que são 134, incluindo sete membros da União Europeia que teriam feito o reconhecimento antes de entrar para o bloco: República Tcheca, Hungria, Polônia, Bulgária, Romênia, Malta e Chipre.
No início de outubro, o primeiro-ministro Stefan Löfven anunciou que a Suécia reconheceria o Estado da Palestina, o que provocou muitas críticas de Israel e dos Estados Unidos.
Palestinos comemoram reconhecimento da Suécia
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) aplaudiu a decisão da Suécia de reconhecer nesta quinta-feira o Estado da Palestina e encorajou outros países da Europa e do mundo a fazer o mesmo como "única maneira de assegurar a paz na região".
"Apreciamos este passo e consideramos que é uma importante mídia que encoraja outros países a abordar o mesmo enfoque. Esta é a única maneira de apostar em uma paz séria na região", declarou à Agência Efe o destacado dirigente da ANP, Yasser Abed Rabbo.
Yasser, assessor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que "se o mundo não der passos valentes e reconhecer a Palestina, a coalizão de extrema direita em Israel continuará sua política de solapar a possibilidade de um Estado palestino mediante diferentes pretextos e desculpas".
Erekat, membro do Comitê Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), comemorou o que considera "um passo concreto" no espinhoso caminho rumo à solução dos dois Estados.
"A Suécia deu um passo concreto em apoio à solução de dois Estados e pelo respeito ao direito à autodeterminação do povo palestino, esperamos que seu exemplo seja seguido por todos aqueles que assinalam que querem uma paz justa na região", disse à Efe seu assessor de imprensa, Xavier Abu Eid.
Israel considera deplorável reconhecimento
Israel classificou nesta quinta-feira de deplorável o reconhecimento do Estado da Palestina por parte da Suécia, afirmando que esta decisão apenas reforçará os extremistas.
"É uma decisão deplorável, que reforça os extremistas e a política de rejeição dos palestinos", afirmou em um comunicado o ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman.
A iniciativa sueca causa "muitos danos e não têm utilidade alguma", insistiu.
Com informações da AFP e EFE.