A cúpula talibã recebeu hoje com entusiasmo a libertação de cinco insurgentes de alto escalão retidos pelos Estados Unidos e que foram trocados pelo único prisioneiro americano cativo no Afeganistão, o sargento Bowe Bergdahl.
"Felicitamos de coração a toda a nação mujahedin, em particular a todas as amizades e familiares dos cinco líderes talibãs libertados e que permaneceram os últimos 13 anos presos na prisão de Guantánamo", afirmaram os insurgentes em comunicado.
Os talibãs revelaram os nomes dos cinco libertados, cujas identidades já tinham sido anunciados pela imprensa internacional: Khairulá Khairkhwa, Mohammed Fazal Akhund, Norula Nouri, Abdul Haq Wasiq e Mohammed Nabi.
"Sua libertação chegou pela benevolência de Deus Todo-poderoso e os sacrifícios dos heroicos e valentes mujahedins do Emirado Islâmico do Afeganistão (nome com o qual era conhecido o país durante o período talibã)", se indica na nota.
Os talibãs confirmaram, como fez o presidente americano, Barack Obama, que a operação de troca se completou com a assistência do governo do Catar, que aceitou acolher, pelo menos durante um ano, os cinco presos talibãs.
"(Os insurgentes) permanecerão com suas famílias no Catar e levarão uma vida normal", disseram os talibãs, ao mesmo tempo que asseguraram que os libertados chegarão hoje ao emirado do Golfo Pérsico, onde serão recebidos por membros do Conselho talibã.
Os talibãs revelaram também alguns detalhes da libertação do sargento Bergdahl - sequestrado em 2009 no Afeganistão - ao afirmar que o entregaram às forças americanas na província afegã de Khost (leste).
"Um helicóptero inimigo aterrissou e o levou", disse à agência Efe um porta-voz talibã, Zabiula Mujahid, afirmando que deram de presente ao soldado um turbante afegão como lembrança.
Os talibãs fizeram um apelo a organismos internacionais como as Nações Unidas para que intercedam na libertação de todos os talibãs cativos pelo mundo, para que assim estes possam levar uma vida "independente e pacífica".
Após os cinco libertados ontem, restam 12 prisioneiros afegãos na prisão de Guantánamo (Cuba), que abriga um total de 149 réus.
