A União Europeia (UE) ressaltou neste domingo que as batidas e detenções de jornalistas ocorridas na Turquia são "incompatíveis com a liberdade de informação, princípio essencial da democracia".
"Esta operação vai contra os valores europeus e dos padrões a que Turquia aspira fazer parte e que são centrais em relações reforçadas", afirmaram a alta representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, e o comissário europeu de Política de Vizinhança, Johannes Hahn, em comunicado conjunto.
Vários jornalistas e policiais foram detidos neste domingo na Turquia em uma operação contra o movimento do islamita Fethullah Gülen, que o partido governante Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado) classifica como um "Estado paralelo", informou o canal de notícias "CNNTürk".
Na nota, Mogherini e Hahn assinalaram que "essas batidas e detenções de jornalistas e outros representantes de meios de comunicação são incompatíveis com a liberdade de informação, princípio essencial da democracia".
Ambos disseram esperar "que o princípio da presunção de inocência prevalecerá, assim como o inalienável direito de uma investigação independente e transparente, com pleno respeito aos direitos dos acusados, caso tenha havido algum delito".
Mogherini e Hahn visitaram há pouco a Turquia, "que ressaltou a importância das relações" com a UE. A UE lembrou à Turquia que "qualquer passo em direção a adesão de qualquer país candidato depende do pleno respeito da lei e dos direitos fundamentais".
Mogherini e Hahn sublinharam que transmitirão suas preocupações sobre a Turquia aos ministros de Assuntos Gerais da UE que se reunirão na próxima terça-feira para conversar, entre outras questões, sobre a política comunitária sobre futuras adesões. "Esperamos que o forte compromisso que as autoridades turcas expressaram durante nossa visita se transforme em fatos", afirmaram.