A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) advertiu neste sábado que a situação no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, no sul da Síria, volta a ser crítica após uma semana sem poder repartir rações de comida e outro tipo ajuda humanitária.
"A UNRWA está muito preocupada com esta nova interrupção da ajuda humanitária, que se prolonga por uma semana", explicou em comunicado de imprensa o porta-voz da UNRWA em Jerusalém, Chris Gunnes.
"A agência pressiona todas as partes envolvidas para que possa retomar a repartição diária de ajuda humanitária que ajude a atenuar a trágica situação que atravessa a população civil que fica no campo", acrescentou. A UNRWA conseguiu entrar pela última vez em Yarmouk em 7 de junho com a tarefa de repartir comida e com o sinal verde prévio dos grupos em conflito, incluindo o governo de Damasco.
Desde então, membros desta agência da ONU esperam em suas portas com milhares de rações alimentícias dispostas para ser repartidas entre uma população assediada e que está passando fome, refém do Exército sírio, das milícias armadas rebeldes e dos grupos palestinos. Em Yarmouk estão cerca de 18 mil palestinos dos 160 mil que residiam antes no local antes do início da guerra civil na Síria.
Os insurgentes assumiram seu controle em dezembro de 2012 e desde então suas ruas foi palco de enfrentamentos entre grupos opositores e as forças governamentais, apoiadas pelo partido marxista "Frente Popular de Libertação da Palestina-Comando Geral" (FPLP-CG).
Desde julho de 2013, o regime sírio o mantém cercado, um assédio que deteriorou até o extremo as já de por si trágicas condições de vida de seus habitantes e causado a morte de pelo menos uma centena de pessoas pela falta de comida e remédios.