Um ano após o Estado Islâmico (EI) declarar um califado, o grupo já assumiu o posto de "mais perigoso e temido grupo terrorista de todo o mundo". No início de suas ações, o EI surpreendeu e chamou a atenção dos ocidentais com decapitações, mas hoje eles mostraram que podem ser ainda mais crueis.
Confira uma lista das piores ações do EI e entenda quais atitudes espalham tanto terror pelo mundo:
1. Banalização da decapitação
Em agosto de 2014, o jornalista americano James Foley, 40 anos, foi decapitado por militantes do EI. Essa foi a primeira vítima cuja a morte foi gravada pelo grupo extremista e divulgada na internet. No vídeo, o americano - que estava ajoelhado ao lado de seu executor - disse que os EUA causaram sua morte.
Mais tarde, outras vítimas tiveram a decapitação registrada e as imagens geraram repulsa em todo o mundo. Após meses, a decapitação de estrangeiros deixou de ser vista como algo extremo, passando a ser quase "banalizada" devido a grande quantidade de vítimas que já sofreram nas mãos dos militantes.
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2. Piloto jordano queimado vivo
Após decapitações, apedrejamentos e crucificações realizadas no Iraque e na Síria, o EI deu mais um passo no caminho do horror, mostrando, em fevereiro de 2015, em um vídeo divulgado na internet, o piloto jordano Maaz al-Kassasbeh sendo transformado em uma bola de fogo. A vítima foi queimada vive dentro de uma jaula.
"O EI utilizou tanto as decapitações que acabou banalizando-as. Queimar um prisioneiro é, portanto, uma forma de reativar a circulação nas redes", disse à AFP o professor da universidade de Edimburgo, Thomas Pierret, especialista em Islã contemporâneo.
3. Escravidão e abuso de mulheres
O EI realizou "crimes sexuais sistemáticos" contra mulheres e meninas iáziges após sequestar mais de 200 delas no norte do Iraque em 2014, segundo a Human Rights Watch.
As "virgens mais bonitas" são enviadas para serem escravas sexuais na cidade de Raqqa, na Síria. Lá, são vendidas como peças de leilões. Em maio, uma mulher foi queimada viva após se recusar a participar de um "ato sexual extremo".
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4. Treinamento de crianças
O EI é responsável por uma verdadeira lavagem cerebral que é aplicada nas crianças da região. Em 2014, o grupo treinou mais de 400 crianças para combater na Síria.
Além disso, escolas são tomadas, crianças estudam textos religiosos com teor extremista e algumas acusam seus próprios pais, quando eles não seguem as ordens do califado, causando tortura ou a morte deles.
Outras crianças são recrutadas com objetivos ainda mais violentos. Um vídeo de março mostrava, por exemplo, um menino de 12 anos disparando várias vezes em um refém.
5. Ataques à história do Oriente Médio
O EI deixou claro, durante esse um ano, que não deixará de atacar nenhum dos pilares que sustentam a fé dos seus inimigos. Sejam mulheres, sejam crianças, sejam centros históricos, nenhum recebe o respeito do grupo extremista.
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Em fevereiro, o EI divulgou vídeo de militantes destruindo artefatos antigos de valor inestimável em um museu de Mossul. Em abril, foi divulgado outro vídeo, com militantes destruindo artefatos na cidade antiga de Hatra, um local declarado patrimônio histórico pela Unesco
O que você precisa saber para começar o seu dia (29/06)
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O jornalista americano James Foley, 40 anos, foi decapitado no dia 19 de agosto de 2014 por militantes do Estado Islâmico. Essa foi a primeira vítima cuja a morte foi gravada pelo grupo extremista e divulgada na internet. Foley havia desaparecido na Síria há quase dois anos. No vídeo, o americano - que estava ajoelhado ao lado de seu executor - disse que os EUA causaram sua morte.
Foto: AP
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O jornalista americano Steven J. Sotloff, 31 anos, foi decapitado no dia 2 de setembro de 2014. Ele havia sido sequestrado em 2013 e apareceu no primeiro vídeo divulgado pelo Estado Islâmico na internet. No primeiro vídeo, James Foley foi decapitado e Sotloff foi ameaçado de morte caso os EUA não "colaborassem" com o grupo extremista. Sua morte também foi divulgada em vídeo.
Foto: AP
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O escocês David Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria. Ele foi decapitado no dia 13 de setembro de 2014 pelo Estado Islâmico e foi a terceira vítima ocidental a ser decapitada pelo grupo extremista que teve a morte divulgada em vídeo na internet.
Foto: Twitter
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O motorista de táxi britânico Alan Henning, 47 anos, foi a quarta vítima do Estado Islâmico a ter a decapitação divulgada em vídeo na internet. Henning participava de comboio de voluntários que levavam suprimentos médicos à Síria. Apelidado de "Gadget", Henning foi sequestrado nove meses antes da divulgação de sua morte, no dia 03 de outubro de 2014. No final de seu vídeo, um refém americano foi apresentado como uma nova vítima do EI.
Foto: The Telegraph
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O ex-militar americano Peter Edward Kassing, 26 anos, trabalhava como voluntário na assistência humanitária na Síria. Ele foi o refém apresentado no final do vídeo da morte do britânico Alan Henning. No dia 16 de dezembro, Kassing foi decapitado e teve um vídeo que divulgava sua morte publicado na internet. No vídeo, um militante do Ei, com sotaque britânico, aparece ao lado de uma cabeça decapitada que seria a de Kassing. O americano tinha sido sequestrado em outubro de 2013 e se convertido ao islã.
Foto: AP
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O fotógrafo sírio Omar Alkhani esteve nas mãos do Estado Islâmico por dois meses. Ele diz que foi sequestrado em Aleppo, na Síria, e que dividiu a prisão com o jornalista James Foley, o primeiro a ter a morte divulgada em vídeos pela internet. Alkhani disse que, após dois meses de cárcere, os membros do EI vendaram seus olhos, o colocaram em um carro e ele foi jogado na rua. Durante o sequestro, Alkhani foi torturado.
Foto: El País
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O jornalista independente britânico John Cantlie, 43 anos, foi sequestrado na Síria em 2012. Desde então, ele é um dos reféns do Estado Islâmico. Cantlie apareceu em alguns vídeos do EI e, em um deles, o jornalista aparece andando pelas ruas de Mossul e mostrando que a rotina dos moradores da região não mudou em nada com a presença do grupo extremista. A imprensa ocidental afirma que a vida em Mossul tem sido difícil desde a presença do EI.
Foto: Twitter
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O empresário japonês Haruna Yukawa (à direita), 42 anos, chegou à Síria em agosto de 2014 e seu paradeiro estava desconhecido desde então. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão procurava por ele. Seu amigo, o jornalista Kenji Goto, foi à sua procura e ambos acabaram aparecendo em um vídeo do Estado Islâmico, como reféns, divulgado em janeiro. O grupo exigiu um resgate de US$ 200 milhões de dólares do governo japonês. Sem negociações, Yukawa foi decapitado no dia 21 de janeiro de 2015, sua morte foi anunciada e ilustrada em fotografias por Goto em um vídeo.
Foto: AP
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O jornalista freelancer e documentarista japonês Kenji Goto, 47 anos, foi decapitado no dia 31 de janeiro de 2015 por um jihadista membro do Estado Islâmico. Ele foi capturado em outubro de 2014 e estaria na Síria à procura de seu amigo, o empresário Haruna Yukawa. Yukawa foi morto em janeiro e Goto foi mantido refém ao lado de um jordano. A liberdade de ambos foi oferecida pelo Estado Islâmico em troca da libertação de uma terrorista. O Japão não quis negociar e um vídeo com Goto sendo decapitado foi divulgado na internet.
Foto: EPA/ISLAMIC STATE
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O tenente e piloto jordano Moaz al-Kasasbeh, 26 anos, participava na missão aérea contra o Estado Islâmico, em apoio à aviação dos Estados Unidos, quando o seu caça F-16 foi atingido e caiu em território sírio controlado pelo Estado Islâmico, no dia 24 de Dezembro de 2014. Desde então, o EI divulgou algumas fotografias humilhantes. A Jordânia aceitou trocar a liberdade do piloto pela liberdade de uma terrorista, contanto que o piloto esteja realmente vivo. Porém, em 3 de fevereiro, sua morte foi divulgada por meio de um vídeo, em que ele aparece sendo queimado vivo, dentro de uma jaula.
Foto: Reproducción
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O médico alemão Stefan Viktor Okonek e sua esposa Henrite Dielen foram sequestrados no dia 24 de setembro. O Estado Islâmico ameaça matar a dupla, caso o governo alemão continue a apoiar os bombardeios contra o EI, liderados pelos Estados Unidos. A partir do final de setembro, não houve informações sobre as vítimas.
Foto: interaksyon
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A voluntária americana Kayla Jean Mueller, 26 anos, foi feita refém em Alepo, no norte da Síria, em agosto de 2013. Ela era voluntária de uma organização não-governamental do Arizona. No dia 6 de fevereiro, o Estado Islâmico anunciou que Kayla tinha sido morta durante um ataque aéreo da coligação internacional, conduzido por forças jordanianas. Sua morte só foi confirmada pela Casa Branca no dia 10 de fevereiro.