Os elogios de Putin a Trump: 'É corajoso e se comportou como homem'

O presidente russo também disse que a afirmação de Trump de que ele pode ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia "merece atenção, pelo menos".

8 nov 2024 - 09h00
Em evento em Sochi, na Rússia, Putin confirmou que está pronto para conversar com Trump
Em evento em Sochi, na Rússia, Putin confirmou que está pronto para conversar com Trump
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Vladimir Putin parabenizou Donald Trump por sua vitória eleitoral, afirmando que o republicano é um "homem corajoso".

Em um evento na cidade russa de Sochi, o presidente russo disse que Trump foi "perseguido por todos os lados" durante seu primeiro mandato na Casa Branca.

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Putin também disse que a alegação de Trump de que ele pode ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia "merece atenção, pelo menos".

Durante sua campanha, Donald Trump disse repetidamente que poderia acabar com a guerra "em um dia", mas nunca elaborou como isso poderia acontecer.

Putin falou por várias horas em Sochi e cobriu uma ampla gama de tópicos. Durante o discurso, ele também abordou a tentativa de assassinato de Donald Trump em julho, dizendo que o fato o "impactou".

Após ser baleado, Trump ergue o punho e murmurou as palavras "lute, lute, lute", antes de ser escoltado por agentes do Serviço Secreto durante um comício eleitoral.

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"Ele se comportou, na minha opinião, de uma forma muito correta, corajosamente, como um homem", disse Putin.

Questionado se estava pronto para ter discussões com Donald Trump, Putin respondeu: "Estamos prontos, estamos prontos."

Trump já havia dito na quinta-feira que estava preparado para falar com Putin, dizendo à NBC News: "Acho que falaremos".

O Kremlin foi amplamente acusado de interferir na eleição presidencial de 2016 para impulsionar a campanha de Donald Trump contra Hilary Clinton - alegações que foram rejeitadas por Moscou.

O procurador especial dos EUA, Robert Mueller, investigou alegações de conluio entre a campanha de Trump e a Rússia em 2016, mas disse em um relatório publicado três anos depois que não havia encontrado nenhuma evidência de conspiração.

Donald Trump e Vladimir Putin em 2018
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Também nesta quinta-feira (7/11), líderes reunidos para evento da Comunidade Política Europeia em Budapeste discutiram o retorno de Trump à Casa Branca.

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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que teve uma "conversa muito calorosa" e "produtiva" com o presidente eleito.

"Mas temos que fazer de tudo para garantir que os resultados da nossa interação entre a Ucrânia e a América, toda a Europa e a América, sejam produtivos e positivos", acrescentou.

Muitos na Ucrânia e na Europa estão preocupados que Trump possa desacelerar, se não interromper, o fluxo de ajuda militar americana para Kiev ao assumir o poder em janeiro.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, garantiu a Zelensky, na cúpula, que o apoio do Reino Unido à Ucrânia em sua guerra com a Rússia continua "inflexível".

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán - que anteriormente disse ter comemorado a vitória de Trump "alegremente aproveitando o suprimento de vodca" - disse que os EUA e a Europa agora enfrentam negociações difíceis sobre comércio.

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Orbán, que é um aliado próximo de Trump, disse em uma entrevista coletiva que "a questão comercial com os EUA surgirá e não será fácil".

Antes de vencer a eleição, Trump disse que pretendia impor tarifas de 10% sobre todas as importações.

"Houve um acordo de que a Europa deveria assumir maior responsabilidade por sua própria paz e segurança no futuro. Para ser ainda mais direto, não podemos esperar que os americanos sejam os únicos a cuidar de nós", disse Orbán.

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