Países da África Ocidental trabalhavam nesta sexta-feira em reunir tropas para uma possível intervenção militar no Níger após o golpe de Estado do mês passado, enquanto a junta governista resistia a pedidos internacionais para restaurar o presidente deposto no poder.
No entanto, não havia clareza sobre o tamanho da força, se realmente invadiria e quanto tempo levaria para reuni-la.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) ordenou a ativação da força de prontidão na quinta-feira, semanas depois que uma junta derrubou o presidente Mohamed Bazoum no sétimo golpe na África Ocidental e Central em três anos.
É a primeira vez que tal força seria usada e levantou o espectro de conflito em uma região onde as potências globais têm interesses estratégicos.
A Cedeao disse que todas as opções estão sobre a mesa e que ainda espera uma resolução pacífica.
Analistas de segurança disseram que uma força do bloco regional pode levar semanas ou mais para se reunir, potencialmente abrindo espaço para negociações.
O bloco tem planejado criar uma força de reserva de milhares de soldados por anos, mas foi impedido por atrasos no financiamento e compromissos insuficientes de tropas, disse Ikemesit Effiong, pesquisador da SBM Intelligence.
O golpe no Níger, um dos países mais pobres do mundo e um importante aliado do Ocidente na luta contra militantes islâmicos na região do Sahel, foi desencadeado por política interna, mas tem repercussões muito além de suas fronteiras.
Enquanto isso, em Niamei, que estava calma nesta sexta-feira, alguns moradores disseram que não temiam uma intervenção militar, mas estavam irritados com a Cedeao.
"Não temos medo disso porque nossas forças de defesa e segurança e o povo estão juntos", disse o estudante Hama Moussa. "Desde o momento em que impuseram sanções contra o povo do Níger e depois viram que o povo se levantou para lutar contra essas decisões."